O acordo entre a Volkswagen e o sindicato dos metalúrgicos alemães IG Metal foi fechado, afastando o risco de demissões e fechamento de fábricas na Alemanha. No entanto, não faltam notícias, e entre elas está o futuro do Volkswagen Golf, o modelo mais vendido da história do fabricante alemão. Após uma carreira de 50 anos, ele está se preparando para deixar a fábrica de Wolfsburg e se mudar para o México. Ou melhor, voltar ao México.
Uma mudança importante que terá início em 2027, abrindo caminho para os modelos ID.3 e Cupra Born, que serão baseados na nova plataforma SSP, dedicada ao Volkswagen elétrico do futuro, incluindo o ID.Golf, a versão movida a bateria do carro compacto alemão, previsto para 2029.
Os motivos da escolha
Os comunicados de imprensa da Volkswagen e da IG. Metal não entram em detalhes sobre as razões por trás da decisão de transferir a produção do Golf (tanto de 5 portas quanto de station wagon) para o México, embora seja fácil imaginar: custos de mão de obra e energia.
Foto a: Volkswagen
Volkswagen Golf
O salário médio no México é, de fato, 350.000 pesos por ano, o equivalente a cerca de 17.000 euros (fonte: Joinhorizons.com). Na Alemanha, por outro lado, o salário médio de um operário de fábrica está entre 1.550 e 2.150 euros, dependendo da especialização(fonte: Eurostat), em um total anual entre 20.150 e 27.950 euros (calculando treze salários mensais). Mesmo no que diz respeito à energia, a diferença de preço é substancial, o que representa uma economia considerável que permitirá à Volkswagen reabastecer seus cofres. Com todo o respeito pelo carro-chefe "made in Germany" do Golf.
A mudança para o país da América Central não deve apresentar nenhum problema do ponto de vista da exportação, já que o México é um parceiro comercial da União Europeia há anos e não há taxas alfandegárias entre os dois mercados. Portanto, haveria apenas custos de transporte entre a América Central e o Velho Continente.
Foto de: Motor1.com
Volkswagen Golf, terceira e oitava gerações juntas
Fora com o velho, dentro com o novo
A outra grande notícia diz respeito ao novo Volkswagen Golf, ou melhor, ID.Golf, um acrônimo que indica de forma incontestável a natureza 100% elétrica da próxima geração do carro compacto alemão. A Volkswagen não está falando sobre isso, mas a IG.Metal, em seu comunicado à imprensa, menciona 2029 como o ano em que a produção começará, desta vez em Wolfsburg. Portanto, a sede ficará sem um Golf por dois anos, tempo suficiente para se modernizar e produzir modelos baseados na SSP a nova plataforma elétrica da VW anunciada em 2021 e planejada para 2026, mas que teve sua estreia adiada para 2028 devido a problemas no desenvolvimento.
A SSP será, na verdade, uma plataforma mecanotrônica, mesclando hardware e software em um nível mais profundo do que nunca. Nos planos da Volkswagen, ela terá que substituir a MEB e a PPE (as plataformas elétricas usadas atualmente) devido à sua capacidade de se adaptar a vários modelos. Seu principal lar será, como mencionado, a fábrica de Wolfsburg e o Golf será sua rainha.
Volkswagen Golf GTI, esboços da primeira e da oitava geração
Ainda estamos a mais de quatro anos de sua chegada e, naturalmente, ainda é muito cedo para saber como ele será. Embora, em uma entrevista conosco há alguns meses, Andreas Mindt, chefe de design da Volkswagen, tenha dito
"Acho que o que veremos é um design muito puro, muito simples e limpo. Queremos colocar toda a essência e os melhores detalhes da história do Golf. Um Golf sempre será um Golf, eu lhe garanto. E se removermos todos os emblemas, se não deixarmos nada no carro, você o reconhecerá como tal.
A volta do Golf, na versão esportiva GTI, já foi confirmada para 2025. O Golf já veio do México ao Brasil na terceira e sétima gerações e, a partir de 2027, acontecerá com a oitava. Se os acordos entre os dois países seguirem assim, o hatch deverá se beneficiar de isenções de alguns impostos de importação, além da facilidade logística quando comparado ao carro importado da Europa.