Há vários anos, o polêmico ex-CEO do grupo Stellantis, Sergio Marchionne, destacou a necessidade de os fabricantes formarem alianças, o que acabaria levando à criação de seis supergrupos automotivos globais. Ainda não chegamos a esse ponto, em parte porque a China entrou em cena e se tornou um grande player global, mas raramente passa uma semana sem que se fale em alguma fusão.
A mais recente, em ordem cronológica, envolve a Dongfeng e a Changan, duas fabricantes chinesas cuja união pode dar origem ao maior grupo automotivo da China.

Foto de: Divulgação
Changan Qiyuan E07
O que aconteceu
A notícia não se baseia em declarações de representantes das duas fabricantes, mas na publicação de comunicados quase idênticos da Dongfeng Motor Group Company Limited e da Changan Automobile. Trata-se de uma espécie de "copia e cola" no qual ambas afirmam estar dispostas a repensar seus projetos e estruturas, inclusive no que se refere à propriedade, sem mencionar as participações do Estado chinês
Na prática, a Dongfeng é controlada diretamente por Pequim por meio da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (SASAC) do Conselho de Estado, órgão responsável por gerir diversas empresas estatais. Já a Changan pertence à multinacional CSGC, especializada nos setores automotivo, de munições e eletrônicos.

Foto de: Dongfeng
Dongfeng 007
É por isso que alguns rumores falam não de uma fusão, mas de uma aliança, como aquela entre a Renault e a Nissan (embora ela não pareça mais tão sólida, especialmente após o fracasso cada vez mais provável do acordo com a Honda). Dessa forma, os dois fabricantes chineses trocariam ações, fazendo acordos estratégicos sobre pesquisa e desenvolvimento, fornecedores e expansão internacional, enquanto cada uma manteria sua própria independência.