Falar em Porsche é falar em tradição e uma história recheada de grandes modelos e, acima de tudo, uma tecnicidade extremamente e tipicamente alemã. A marca foi fundada em 1948 e trazia todo o carisma de seu criador naquele período pós-guerra.
Ferdinand Porsche havia sido preso pelos Aliados por ajudar a força de guerra alemã. Com a reconstrução de sua carreira fundou a marca e lançou o primeiro modelo, o 356, que seria também o primeiro ícone da marca e referências em desempenho e design.
O 911 chegou ao mercado em 1963. Naquele período ele chamou atenção da imprensa especializada por conta do belíssimo desenho E principalmente da excepcional dinâmica de condução. A Porsche, então, transformou o esportivo em um devorador de estradas e conquistas no automobilismo.
Dez anos mais tarde e encerrando a primeira geração a versão Carrera RS escreveu um novo significado para a expressão “carro esporte”. Ele era diferente de tudo que havia sido feito até então em termos de dinâmica de condução, uso de materiais e também desempenho. Basicamente o peso leve venceu com categoria modelos bem mais potentes da Ferrari e também os big blocks norte-americanos.
Seguramente uma das criações mais relevantes em toda a história de oito gerações do modelo. Começando pelo design que foi ajustado detalhadamente no túnel de vento e contou com a criação de um aparato que mudaria seu comportamento dinâmico drasticamente: o ducktail. O aerofólio traseiro conseguia colar o carro nas curvas e melhorou sensivelmente o tempo de volta.
Porsche Carrera RS 1973 (Foto: Renato Bellote)
Um dos destaques dessa versão era seu despojamento. Usava materiais leves no capô e nos vidros e trazia menos luxo do que o convencional. Nesse ponto, aliás, é que os 15 exemplares trazidos pela Dacon ao Brasil se destacam. Eles são completos e trazem todos os opcionais de fábrica disponíveis na época.
Guiar o Carrera RS é uma sensação única. Verdadeiramente é como se encontrar com aquele ídolo que você admira há anos. O motor de 2,7 l com 210 cv é muito elástico e vai até os 7000 giros. E sempre acompanhado do som único do motor boxer que fica ecoando na memória. Aliás, esta foi uma tarde memorável de gravação. Até a próxima semana!
Renato Bellote
Renato Bellote é jornalista automotivo em São Paulo. Além dos clássicos na garagem está à frente do canal Garagem do Bellote desde 2007 contando histórias e estórias a bordo de grandes máquinas.