Os veículos elétricos de autonomia estendida (EREVs) podem servir como uma tecnologia de transição entre os modelos a combustão interna (ICE) e os veículos elétricos a bateria (BEVs), de acordo com uma análise recente da consultoria McKinsey. A pesquisa sugere que esses modelos podem atrair consumidores ainda hesitantes em adotar veículos totalmente elétricos, especialmente em mercados como os Estados Unidos.
Os EREVs combinam um pequeno motor a combustão interna, utilizado exclusivamente como gerador, com um trem de força elétrico. Diferente dos híbridos plug-in (PHEVs), que possuem um motor a combustão que pode tracionar o veículo diretamente, os EREVs oferecem uma autonomia elétrica maior, variando entre 160 e 320 km, enquanto PHEVs geralmente têm uma autonomia elétrica de 32 a 64 km. A autonomia total de um EREV pode passar de 800 km.
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Neta L - um dos primeiros EREVs aguardados no Brasil
A McKinsey aponta que, para os fabricantes, a adoção da tecnologia requer planejamento cuidadoso, já que a produção envolve cadeias de suprimentos mais complexas e custos adicionais de desenvolvimento. Ainda assim, a capacidade dos EREVs de mitigar a ansiedade de autonomia e o crescimento das vendas desse segmento na China têm despertado o interesse de montadoras na Europa e nos Estados Unidos.
A pesquisa realizada pela McKinsey no final de 2024 com mais de 2.800 compradores de carros novos nos Estados Unidos e 2.300 na Alemanha e no Reino Unido indicou que uma parcela significativa consideraria um EREV na próxima compra, caso a opção estivesse disponível. Dois terços dos entrevistados que demonstraram interesse em EREVs afirmaram que, na ausência dessa alternativa, optariam por um veículo a combustão ou híbrido convencional.
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Apesar do potencial dos EREVs para acelerar a eletrificação da frota global, a McKinsey destaca que a falta de compreensão dos consumidores sobre as diferenças entre EREVs, PHEVs e BEVs é um desafio. Nos Estados Unidos, 48% dos entrevistados disseram se sentir confusos com a variedade de opções de trem de força disponíveis no mercado. A consultoria ressalta a importância de campanhas educativas que expliquem claramente as vantagens de cada tecnologia.
Do ponto de vista regulatório, o mercado norte-americano pode representar uma das maiores oportunidades para os EREVs. À medida que a infraestrutura de recarga se expande e os BEVs se tornam mais acessíveis, os EREVs podem atuar como uma alternativa viável para impulsionar a adoção da eletrificação no setor automotivo.
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Foto de: Leapmotor
Leapmotor C10 também terá versão com extensor de alcance
Já estabelecida no Brasil, a Horse, joint venture da Renault com investidores chineses e europeus, tem explorado o potencial dos EREVs para oferecer soluções nesse segmento de mercado. A empresa tem como foco o desenvolvimento de motores híbridos e tecnologias de propulsão que possam atender à crescente demanda por alternativas eletrificadas.
Por aqui, ainda não temos modelos elétricos com extensor de alcance à venda no mercado, uma situação que pode mudar em breve com a chegada dos primeiros EREVs. Entre os mais cotados temos o Neta L, um SUV elétrico de porte médio/grande que tem lançamento previsto para este ano.