SP pode ter 50% de ônibus elétricos em 2028: indústria garante produção

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) rebateu as declarações recentes do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sobre dificuldades na meta de eletrificação da frota de ônibus da cidade. A entidade afirma que a indústria nacional tem plena capacidade de produzir os veículos necessários para cumprir a legislação vigente.

O prefeito declarou que não pode garantir que 50% da frota municipal será elétrica até 2028, citando desafios na produção dos ônibus elétricos e na infraestrutura de recarga. Em resposta, a ABVE destacou que suas associadas possuem capacidade tecnológica e produtiva para atender às metas da Lei 16.802/2018 e que o principal entrave está na infraestrutura de recarga e nos modelos de financiamento das operadoras de transporte.

Atualmente, circulam em São Paulo 428 ônibus elétricos dentro de uma frota de aproximadamente 12 mil veículos. A nova legislação, aprovada pela Câmara Municipal em janeiro, manteve a meta de eletrificação total da frota até 2038, mas retirou o marco intermediário de 50% até 2028. No entanto, uma decisão liminar da Justiça suspendeu essa mudança, restabelecendo a exigência original.

Em dezembro de 2023, as empresas associadas à ABVE que produzem ônibus elétricos informaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que têm capacidade para produzir até 9.920 ônibus elétricos por ano, com potencial de atingir 25 mil unidades anuais até 2028, caso os investimentos previstos sejam realizados. Cinco empresas responderam ao questionário do MDIC: BYD, Eletra, Giaffone, Higer e Marcopolo.

A entidade reafirmou que a cadeia produtiva nacional está preparada para fornecer veículos de qualidade e que as dificuldades para a transição são relacionadas à infraestrutura e financiamento, e não à produção.

Diante do cenário, a ABVE se colocou à disposição para dialogar com as autoridades municipais e outros envolvidos no setor para encontrar soluções viáveis que garantam o cumprimento das metas de descarbonização do transporte público em São Paulo.

Fonte: ABVE