Alvo de reclamações e questionamentos ao longo de 2024, a administração das marcas Jeep, Ram, Dodge e Chrysler por parte do grupo Stellantis deverá continuar dando o que falar também em 2025. Em entrevista concedida recentemente à Bloomberg, o recém-eleito senador de Ohio, Bernie Moreno, criticou fortemente o modelo de gestão do conglomerado e defendeu abertamente que as referidas marcas americanas voltem ao controle dos Estados Unidos.
“Eles têm sido péssimos administradores das marcas”, disse Moreno. “Espero que John Elkann faça a coisa certa, separe a Chrysler Corporation e a coloque de volta na propriedade americana", afirmou. O senador também teceu duras críticas ao ex-CEO Carlos Tavares, que deixou a empresa após resultados ruins principalmente no mercado norte-americano. “Esse cara demitiu todos os americanos. Ele está explorando essa empresa até a morte", afirmou.
Em resposta, Stellantis enfatizou suas raízes americanas e adiantou que tem diversos projetos importantes em andamento. “Com quase 100 anos de história nos EUA, as marcas icônicas Chrysler, Dodge, Jeep e Ram estão no centro da estratégia da Stellantis. Junto com nossos parceiros e stakeholders, continuaremos construindo a Stellantis como a empresa automotiva do futuro", disse em nota.
“Temos orgulho de empregar milhares de pessoas e dar suporte às nossas comunidades em Michigan, Indiana e Ohio”, acrescentou, esclarecendo questionamentos de Moreno sobre a transferência da produção dos EUA para outros países.
Foto de: Stellantis
Não é a primeira vez que que a Stellantis recebe críticas nesse sentido. Em agosto, Frank B. Rhodes Jr, bisneto de Walter P. Chrysler, fundador da empresa, também questionou a administração do grupo e afirmou que tinha claras intenções em comprar de volta a icônica marca, juntamente com as irmãs Dodge e Plymouth. Na ocasião, Rhodes fez duras críticas à gestão e acusou a Stellantis de não dar a devida atenção à Chrysler.
Stellantis vai mal nos EUA
As críticas recebidas pela Stellantis são motivadas principalmente pelo fraco desempenho comercial da empresa no mercado norte-americano. Só no terceiro trimestre, as marcas do grupo amargaram queda de mais de 36%. A Alfa Romeo tem vendido tão mal que está emplacando apenas 7 carros por mês em cada concessionária. Para se ter ideia, o Hyundai Tucson sozinho consegue vender mais que Chrysler, Dodge, Fiat e Alfa Romeo somadas. Até mesmo a Ram, até então imbatível dentro do grupo, "está tomando uma surra", como disse o CEO.