Mas este não foi o caso da Rampage, que testei em condições diferentes, na estrada, por 430 km. Em todas as situações, o resultado foi melhor que o divulgado pelo Inmetro. De acordo com dados do instituto, a picape faz 11,7 km/l na cidade e 13,3 km/l em ciclo rodoviário.

A Rampage foi o primeiro modelo a receber o motor 2.2 turbodiesel, em novembro do ano passado. Esse propulsor tem 200 cv, 30 cv a mais que no modelo anterior. O torque é de 45,5 kgfm (o 2.0 da picape RAM entregava 35,7 kgfm).
Agora, os modelos a diesel da Stellantis são Rampage, Commander e Toro. Para o Compass, a montadora optou por não oferecer o 2.2 turbodiesel. Por isso, agora o SUV médio tem apenas versões flex e a gasolina. Confira, a seguir, os detalhes do teste de consumo.
Números surpreendentes
Os modelos em que a Stellantis decidiu manter o motor a diesel têm público-alvo que roda bastante na estrada, por longas distâncias. Com o novo 2.2 turbodiesel, além de mais agilidade, há ganho na autonomia - graças à redução de consumo.

Por causa desse público-alvo, priorizei a estrada no teste, que foi realizado nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes (ambas com pista dupla), da cidade de São Paulo em direção ao interior do Estado. Os primeiros 150 km foram pela primeira estrada, que tem velocidade máxima permitida de 120 km/h.
Nesse trecho, eu não me preocupei com consumo. Fiz acelerações com pé fundo no pedal do acelerador, simulando ultrapassagens em pista simples. Obtive 13,9 km/l de diesel, um número um pouco melhor que o do Inmetro.
Em outro trecho de 150 km, meu comportamento também foi extremo, mas com foco na economia. Na Rodovia Anhanguera, em nenhum momento passei da velocidade permitida, de 110 km/h. Nas descidas, por alguns momentos tirava o pé do acelerador, mas sem deixar o ritmo cair a ponto de ter de forçar demais o pedal da direita na hora da descida.

Se fosse preciso acelerar, eu apenas pressionava de leve o acelerador e deixava o carro ir ganhando velocidade, sem pressa. Com isso, consegui 18,2 km/l, um número impressionante. E poderia até ser melhor, se a Anhanguera não tivesse tantas subidas.
Autonomia
Os terceiro trecho do trajeto eu fiz respeitando os limites de velocidade e sem acelerar ao extremo, mas também já não preocupada com o melhor consumo. Foi uma condução sem nenhum objetivo. Ao final dos 430 km, a média foi de 14,9 km/l.
Após rodar tudo isso, eu ainda tinha quase meio tanque de combustível (o compartimento é de 60 litros), e autonomia de 370 km. Ou seja: daria para percorrer 800 km. E se mantivesse, durante os 430 km, o ritmo que me garantiu os 18,2 km/l (algo que não seria fácil), a autonomia seria até mais alta.

Na cidade, o teste de consumo é mais complicado. Depende dos trechos em que se roda por mais tempo (ruas de baixa velocidade ou marginais de São Paulo, por exemplo) e da presença ou não de trânsito, entre outros fatores.
Com média de 15 km/h em um dia de trânsito carregado, eu fiz 6,8 km/l. Já sem engarrafamentos, rodando em ruas de trânsito lento, o consumo melhorou bastante, aproximando-se dos 11 km/l. Ainda assim, foi pior que o divulgado pelo Inmetro.
Detalhes da Rampage a diesel

A Rampage 2.2 turbodiesel está disponível em três versões. Além da Rebel e da Laramie, que traziam o 2.0, foi lançada junto com o novo motor uma opção de entrada, a Big Hor. Já a topo de linha R/T continua apenas com o 2.0 turbo a gasolina.
A versão Big Horn, por sua vez, é apenas a diesel, enquanto Rebel e Laramie trazem tanto o 2.2 quanto o 2.0 a gasolina. A Rampage Big Horn tem preço sugerido de R$ 237.990.
Com o motor a diesel, a Rebel sai a R$ 265.990 e a Laramie, a R$ 278.990. Com o propulsor a gasolina, essas duas opções ficam R$ 3 mil mais caras. A R/T tem tabela de R$ 299.990.

A versão testada foi a Laramie, que ganhou novidades para a linha 2025. Entre elas, há de série sistema de som premium Harman Kardon e ajustes elétricos para o banco do passageiro dianteiro.
O modelo tem câmbio automático de nove marchas e tração 4x4 por demanda. De acordo com dados da RAM, acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos.
Opinião
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