Os modelos mais marcantes da General Motors em cem anos de Brasil

há 2 meses 4

A General Motors aproveitou a efeméride de seus cem anos no Brasil, completados no último 26 de janeiro, para divulgar uma lista de cem modelos que vendeu no país. 

Até a década de 50, a GMB montou e/ou comercializou por aqui veículos de todas as suas divisões: Pontiac, Oakland, Buick, La Salle, Cadillac, Opel, Vauxhall, GMC e Yellow Coach. O grupo fez até geladeiras no Brasil, as Frigidaire. 

Apesar disso, a lista de 100 modelos se concentra apenas nos carros de passeio e veículos comerciais da marca Chevrolet (mas vale lembrar que muitos desses Chevrolet nacionais eram, originalmente, modelos projetados pela Opel). 

Entre os anos 20 e 30, os Chevrolet montados no Brasil, a partir de kits CKD que vinham dos EUA, eram mais conhecidos por seus apelidos informais, como “Cabeça de Cavalo”, “Ramona” etc.  Um desses nomes “Pavão” foi inclusive assumido oficialmente pela GMB em seus anúncios. Os caminhões eram o “Tigre” e o “Gigante”.

Quando, em 1953, Getulio Vargas e seu braço direito Lucio Meira começaram a restringir as importações para estimular a implantação da indústria automobilística no país, a GMB — que até então era a líder absoluta em nosso mercado — foi deixando os carros de passeio de lado e escolheu os veículos comerciais para entrar na onda da nacionalização. A partir de 1957 (já no governo JK), passou a fabricar caminhões localmente, mas só em 1968 começou a produzir seu primeiro sedã nacional, o Opala. 

Chevrolet Superior 1925 Furgão

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Superior 1925 Furgão

Dos cem modelos listados pela GMB, selecionamos 22 por sua importância, em ordem cronológica.

1. Superior (1925-1926): Foi o primeiro Chevrolet montado aqui pela “General Motors of Brazil S.A.” (como se chamava a empresa até 1929). Já falamos um bocado desse pioneiro em uma matéria recente. https://motor1.uol.com.br/features/748540/historia-automotiva-chevrolet-1925-curitiba/ Inicialmente, foram montados furgões e chassis comerciais, mas logo vieram os carros de passeio nas carrocerias turismo (quatro portas teto de lona), “barata” (roadster), cupê e sedã. Todos traziam motor de quatro cilindros e 26 cv. Foi substituído em 1927 pelo Capitol (vulgo “Cabeça de Cavalo”), ainda de quatro cilindros.

Chevrolet 1929 Ramona

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet 1929 Ramona

2. “Ramona” (1929): O nome oficial era AC International mas, no Brasil, o modelo ficou mais conhecido por seu apelido “Ramona”, tanto nas versões de passeio quanto de carga. Esse modelo marcou a grande virada da Chevrolet, dos tímidos motores quatro-em-linha para os sólidos Stovebolt seis-em-linha, que fariam a fama da marca pelas décadas seguintes. De cara, a potência pulou para 40 cv — e ainda subiria muito mais, mas sempre mantendo a suavidade de funcionamento. Até a estreia dos V8 small-block, na linha 1955, os motores de seis cilindros com comando no bloco e válvulas na cabeça reinaram sozinhos na Chevrolet.

3. Os ônibus (1932-1964): É no começo dos anos 1930 que a Chevrolet inicia a produção de jardineiras com carroceria nacional. A grande transformação viria no pós-guerra, com a importação dos GM Coach TDH-4007, feitos inteiramente em metal, com motor a diesel instalado na traseira e câmbio automático. Em 1946, parecia coisa de outro planeta. Logo, esse ônibus ganhou o apelido de “Gostosão”. 

Chevrolet Master 1938, o rei da praça por muitos anos

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Master 1938, o rei da praça por muitos anos

4. Série Master (1933-1942): Mais um salto no design, tanto que, em 1933, a propaganda da GMB chamava o modelo de “Pavão 6”. As diversas variantes do carro ganharam formas arredondadas, com capô alongado, para-brisa mais inclinado, rodas menores e teto rebaixado, dando aspecto e comportamento mais dinâmicos. Vieram inovações como quebra-vento, suspensão dianteira independente, freios hidráulicos, vidros laminados e carroceria toda de aço (muito mais resistentes e duráveis que as antigas, com estrutura de madeira). Os primeiros modelos traziam o “octane selector”: comando manual que permitia que trabalhassem bem com gasolina de péssima qualidade ou até “álcool-motor”. Em 1939, a alavanca de câmbio subiu para a coluna de direção e ganhou assistência a vácuo. Aos poucos, as carrocerias ganharam porta-malas, os faróis foram deslocados para os para-lamas (em 1940), enquanto o motor Stovebolt passou a render 86 cv. Indestrutíveis, espaçosos e confortáveis, esses Chevrolet se tornaram os reis da praça por aqui. Eram anunciados como “O carro Nº1 do Brasil”.

5. Tigre (1941-1947): Desde o início dos anos 30, os caminhões da Chevrolet já eram chamados no Brasil de Tigre (chassi curto) e Gigante (chassi longo e maior capacidade). O nome pegou de vez com a chegada da série AK, em 1941, e sua bela grade rajada, completamente diferente das usadas nos carros de passeio. A versão picape, em especial, era charmosíssima. Todos eram equipados com motores seis-em linha a gasolina.

Picape Chevrolet Boca de Sapo 1951

Foto de: Motor1 Brasil

Picape Chevrolet Boca de Sapo 1951

6. “Boca de Sapo” (1948-1954): Foi a estreia da linha de picapes modernas da Chevrolet, chamadas nos EUA de Advanced Design. O modelo 3100 foi apelidado por conta de seus faróis proeminentes e grade com cinco barras horizontais. Havia a linha leve Thriftmaster e a Loadmaster, com maior capacidade de carga, classificada já como caminhão, além de furgões. Até o início da década de 80 era comum ver os “Boca de Sapo” no trabalho pesado.

Um Chevrolet Stilelyne 1952 ainda em uso diário em 1996

Foto de: Motor1 Brasil

Um Chevrolet Stilelyne 1952 ainda em uso diário em 1996

7. Styleline (1949-1952): Com para-lamas dianteiros já integrados e porta-malas mais longo, o modelo Styleline redefiniu a silhueta dos sedãs, agregando elegância e praticidade. Superconfiáveis, silenciosos, com rodar macio e confortáveis bancos inteiriços recheados com molas, esses carros foram um dos pontos altos da história da Chevrolet. Ainda com o motor Stovebolt seis-em-linha, podiam manter velocidades de cruzeiro na casa dos 85-105 km/h. Foram os primeiros Chevrolet a trazer a opção do câmbio automático Powerglide, de duas marchas. Eram bons em quase tudo — a exceção era o consumo na casa dos 5,5 km/l na estrada, mas isso não chegava a ser problema nos anos 50. O redator que vos escreve teve dois exemplares (51 e 52) no uso diário e, até hoje, morre de saudades deles. 

Picape Chevrolet 1955 Marta Rocha

Foto de: Motor1 Brasil

Picape Chevrolet 1955 Marta Rocha

8. “Marta Rocha” (1955-1957): Nos EUA, o modelo tinha um nome meio militar: Chevrolet Task Force (“força-tarefa” em inglês). Já o brasileiro viu poesia naquela picape… A grade parecia um sorriso aberto, os faróis tinham o brilho de um olhar penetrante e os para-lamas traseiros eram curvilíneos como formas femininas. Mais precisamente, as de Martha Rocha, a  Miss Brasil 1954. E, “por duas polegadas a mais” (e logo nos quadris!), a estonteante baiana ficou em segundo no concurso de Miss Universo daquele ano, atrás da insossa estadunidense Miriam Stevenson… Mas não importa: assim chegou aqui, o modelo 1955 das picapes Chevrolet ganhou o apelido “Martha Rocha”, usado até hoje — era, afinal, um salto em beleza e modernidade na comparação com as velhas “Boca de Sapo”. Em 1957, quando a General Motors do Brasil deixou de ser uma montadora de CKD para se tornar uma fabricante propriamente dita, seu primeiro produto (com 40% de nacionalização) foi o caminhão Chevrolet 6.503 — que tinha capô e para-lamas dianteiros ao estilo Martha Rocha.

Ônibus com chassi Chevrolet Brasil

Foto de: Motor1 Brasil

Ônibus com chassi Chevrolet Brasil

9. Chevrolet Brasil (1958-1964): Esta família de veículos comerciais tinha, inicialmente, um caminhão e uma picape — era a primeira linha da GM produzida por aqui com alto índice de peças nacionais. Mais do que isso, foi o primeiro modelo Chevrolet desenhado exclusivamente para nosso mercado  — tanto que seu logotipo ostentava um mapa do Brasil. A frente e caçamba foram modernizadas, mas a cabine mantinha os estampos das antigas “Boca de Sapo”. Seu motor era o seis-em-linha Jobmaster, a gasolina, de 4,3 litros, um descendente direto do Stovebolt e que ainda faria muita história por aqui. Com o tempo, a linha Chevrolet Brasil ganhou o utilitário Amazona, o furgão Corisco e a cabine dupla Alvorada.

Serie 10 cabine dupla (C-10) 1982

Foto de: Motor1 Brasil

Serie 10 cabine dupla (C-10) 1982

10. Série 10 (1964-1984): A picape C-14 sucedeu a 3100 Brasil, mantendo a robustez de um veículo de carga, mas com muito mais conforto de rodagem. Tinha até versões com acabamento de luxo. Com desenho exclusivo para nosso mercado, sua cabine equipou também caminhões como os C-60 e D-60 (a gasolina e a diesel, respectivamente). Ao longo dos anos, essa linha de comerciais teve várias versões — sendo que a mais famosa foi a C-10, lançada em 1974, um enorme sucesso. Outro pioneirismo no segmento foi o lançamento de uma versão a álcool (A-10). Em 1985, as picapes e caminhões da GMB ganharam linhas mais quadradas, numa segunda geração que durou até 1997.

Chevrolet Veraneio 1970

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Veraneio 1970

11. Veraneio (1964-1994): Nascida como C-1416, era a equivalente brasileira da Chevrolet Suburban de quinta geração — porém com linhas mais elegantes desenhadas por Luther Whitmore Stier, um norte-americano radicado em São Paulo. Em relação à antecessora Amazona, foi um avanço e tanto, com sua suspensão dianteira independente. Numa tentativa de associar o modelo ao uso familiar, a C-1416 foi rebatizada de Veraneio e tinha versões com acabamento luxuoso. Mas o país vivia a fase mais dura da ditadura militar e a Veraneio ficou mais associada aos agentes da repressão (e assim estará eternamente representada no filme “Pra frente, Brasil”, de 1982).  Também foi muito usada como viatura da PM e ambulância. 

Chevrolet Opala 1969

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Opala 1969

12. Opala (1968-1992): Foi o primeiro carro de passeio realmente fabricado pela GMB. Seu monobloco vinha do alemão Opel Rekord C, mas os motores (de quatro ou seis cilindros em linha) eram derivados dos Chevrolet americanos. Por muito tempo foi o sonho de consumo da elite brasileira e ainda permanece como um dos clássicos mais marcantes do país. Ao longo de 24 anos em produção, inaugurou uma categoria monomarca, a Stock Car, e ganhou configurações luxuosas, como o Comodoro e o Diplomata — este, o primeiro Chevrolet nacional a oferecer um pacote com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos e toca-fitas. Além do sedã de quatro portas, havia um cupê sem coluna e a station wagon Caravan. A reabertura das importações, em 1990, mostrou o quanto a linha Opala já estava obsoleta. O modelo morreu de velho, em 1992, mas hoje é objeto de culto.

Chevrolet Chevette 1973

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Chevette 1973

13. Chevette (1973-1993): Irmão brasileiro do irmão do Opel Kadett C, o carro pequeno da Chevrolet tinha motor dianteiro e tração traseira. Foi lançado aqui seis meses antes de estrear na Europa! Nas versões sedã, hatch, station wagon (Marajó) e picape (Chevy 500), fez um enorme sucesso por 20 anos — tanto que, em 1983, desbancou o Fusca do posto de carro mais vendido do Brasil. 

Monza, um sucesso nos anos 80 (1)

Foto de: Motor1 Brasil

Monza, um sucesso nos anos 80

14. Monza (1982-1996): Estreou como o carro mundial da GM. Em tamanho, ficava entre o Chevette e o Opala, porém oferecendo tecnologia muito mais moderna — irmão do Opel Ascona C, estava em dia com que era feito na Europa. Tinha motor transversal e foi o primeiro Chevrolet brasileiro com tração dianteira. Seu painel côncavo era pensado para melhorar a ergonomia. As linhas da carroceria eram muito aerodinâmicas. O Monza marcou a chegada ao Brasil da linha de motores Família II, que faria história na GM, e chamava a atenção por ter o distribuidor no cabeçote, ligado ao comando de válvulas. Um ano depois da estreia do hatch, veio o sedã — e aí o Monza conquistou de vez o público, sendo o carro mais vendido do país entre 1984 e 1986 (ao longo de toda sua história, foram 857.810 unidades). Um facelift no fim de 1990 manteve o modelo vivo até a chegada do Vectra II.

Chevrolet Kadett

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Kadett

15. Kadett (1989-1998): A GMB ainda fabricava o Chevette (Opel Kadett C na Alemanha), quando começou a produzir aqui o Chevrolet Kadett (o Opel Kadett E). Um era neto do outro, mas quanta diferença — a começar pelo motor instalado na transversal. Por questões aerodinâmicas, trazia vidros rentes à carroceria e não tinha calhas. Um pacote de opcionais incuía computador de bordo, check control e até suspensão traseira regulável a ar. A station wagon da família era a Ipanema, com opção de quatro portas (que começava a conquistar as famílias brasileiras). Já o Kadett Conversível tinha uma complexa logística de produção: o assoalho e a dianteira eram estampados por aqui, depois o carro era enviado à Itália, na Bertone, que montava a traseira e o mecanismo da capota de forma artesanal. De volta à fábrica no Brasil, o veículo era finalizado com a mecânica e os acabamentos. Como todo o traslado intercontinental era feito de navio, em um processo que chegava a levar seis meses!

Chevrolet Omega 1992

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Omega 1992

16. Omega (1992-1998): Para muitos, foi o melhor Chevrolet já construído aqui. A versão brasileira do Opel Omega A tinha ótimo acabamento, especialmente na versão CD, e suspensão primorosa. Havia versões de quatro e seis cilindros — inicialmente, o seis-em-linha era um 3.0 Opel muito girador, com comando de válvulas no cabeçote. Rendia 165 cv e levava o luxuoso sedã, bem como a station wagon Suprema, a mais de 200 km/h. Quando esse motor saiu de linha na Europa, o jeito foi “requentar” (na Lotus) o velho e motor 4.1 do Opala e fazer um transplante. A aerodinâmica era um dos trunfos (Cx de 0,30), com a frente em cunha, palhetas do limpador escondidas e maçanetas embutidas. A partir da segunda geração, o modelo passou a ser importado da Austrália, onde era fabricado como Holden Commodore — mas o dito “Omega Canguru” jamais teve o mesmo charme e sucesso do antecessor.

Chevrolet Vectra II 2004

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Vectra II 2004

17. Vectra (1993-2011): A primeira geração do Vectra (Opel Vectra A, na Alemanha) chegou atrasada ao Brasil: era o fim de 1993, e o modelo já existia há cinco anos na Europa. Daí que durou pouco por aqui… Já o Vectra de segunda geração começou a ser fabricado no Brasil no começo de 1996 — apenas quatro meses depois de sua estreia como Opel Vectra B, no Salão de Frankfurt. Este sim é o Vectra nacional que merece ser eternamente lembrado, um ícone do design, com vincos do capô que se estendiam até as carcaças dos retrovisores. Tinha outras virtudes, como dirigibilidade e acabamento primorosos. Fez história, como um dos carros mais modernos da GMB. Pena que a terceira geração, lançada aqui em 2007, baixou um degrau: apesar do nome Vectra, o carro nada mais era do que uma versão sedã do Astra H alemão. Os piores eram os hatches Vectra GT e GT-X: equipados com o Família II de oito válvulas não eram, na realidade, nem Vectra, nem GT…

Chevrolet Classic, o antigo Corsa Sedan

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Classic, o antigo Corsa Sedan

18. Corsa (1994-2016): Enquanto a VW relançava o Fusca e fazia o Gol 1000 quadrado, a GMB inaugurou com o Corsa a era dos carros populares modernos, com design arredondado (“orgânico”, como se dizia) e injeção eletrônica. Tornou-se referência no segmento de compactos e um dos maiores sucessos da indústria, com filas de espera de 12 meses e ágio. Seu projeto, pra variar, vinha da Alemanha, onde era fabricado como Opel Corsa B. No Brasil, a família cresceu com a Corsa Pick-up (1995) e a Corsa Wagon (1997). Mas quem fez sucesso mesmo foi o Corsa Sedan (1995), carrinho de preço acessível, com quatro portas, bom porta-malas e acerto muito suave. 

Em 2002, para manter sua linha atualizada em relação à da Europa, a GMB começou a fabricar aqui a nova geração do carro (o Opel Corsa C alemão). Esta, contudo, jamais conseguiu grande êxito por aqui e deixou de ser fabricada em 2012. Já o Corsa Sedan original continuou a ser vendido no Brasil, com o nome Chevrolet Classic, saindo de cena apenas em 2016. Na época, com 21 anos de mercado, ainda emplacava uns 1.500 carros por mês.

Chevrolet Astra (1998)

Foto de: Motor1 Brasil

Chevrolet Astra (1998)

19. Astra (1994-2011): O nome Astra foi usado originalmente no grupo GM pela divisão britânica Vauxhall. No fim de 1991, a alemã Opel também passou a ter seu Astra — como substituto do Kadett. E foi essa geração do Astra que estreou aqui em 1994. Na época, vinha da Bélgica, mas com motor brasileiro, aproveitando uma redução no imposto de importação. A linha incluía a Astra Wagon mas, com o aumento da alíquota, ambos saíram de cena em 1996.

Após dois anos de ausência, o Astra retornou, agora nacionalizado. Essa geração foi lançada simultaneamente com a Europa (onde era o Opel Astra G ou Vauxhall Astra G). Ganhou inovações como direção eletro-hidráulica, airbags laterais, cintos com pré-tensionadores e pedais escamoteáveis para proteger as pernas do motorista em caso de colisão. Depois do hatch, veio o sedã. Foi o primeiro carro de série pronto para rodar com três tipos de combustível: etanol, gasolina ou GNV, isso na versão Multiflex. Saiu de cena para a entrada do Chevrolet Cobalt nacional, com plataforma Gamma II (de origem sul-coreana) 

A S10 em seu ambiente - um campo em Fray Marcos, no interior do Uruguai (3)

Foto de: Motor1 Brasil

A S10 em seu ambiente - um campo em Fray Marcos, no interior do Uruguai (3)

20. S10 (1995-presente): Além de ter sido a primeira picape média produzida no Brasil, hoje é o modelo da Chevrolet há mais tempo no mercado, considerando suas duas gerações. Numa época em os produtos da GMB tinham origem na alemã Opel, a S10 nacional nasceu de um projeto da matriz norte-americana. Inicialmente, saía apenas com cabine simples, mas depois veio a estendida (com dois banquinhos escamoteáveis) e, por fim, a dupla.

Enquanto a primeira S10 nacional era muito ruim de acerto de chão, a segunda geração, lançada em 2012, resolveu esse problema, permitindo longas viagens sem sustos. Em todos esses anos, vem se mantendo como picape robusta e de pouca manutenção. E não podemos esquecer de suas derivadas Blazer (1995-2012) e Trailblazer (2012-presente), SUVs com tanta vocação para viatura quanto a antepassada Veraneio.

21. Zafira (2001-2012):  O modelo foi desenvolvido pela Opel em conjunto com a Porsche, a partir da plataforma do Astra G. Grande e muito bem acabada, começou a ser fabricada no Brasil pouco depois que na Europa. Trouxe o inovador sistema de bancos Flex7, uma boa solução em aproveitamento de espaço. Foi o último carro de passeio da marca a usar o velho motor Família II (que, contudo, ainda continuou na versão de entrada da S10 até 2016). No fim, tanto a Zafira quanto sua irmã menor, a Meriva, foram aposentadas, dando lugar à Spin. Depois de quase falir, em 2008, a General Motors passava por uma extensa reestruturação mundial e  projetos Opel iam saindo de cena, dando lugar à plataforma Gamma II.

Onix Plus 2019

Foto de: Motor1 Brasil

Onix Plus 2019

22. Onix (2012-presente): Estreou como carro de entrada da GMB, substituindo ao mesmo tempo Celta e Agile. Em sua primeira geração, tinha plataforma Gamma II e sua versão sedã se chamava Prisma. A geração atual foi apresentada no fim de 2019, também nas versões hatch (Onix) e sedã (Onix Plus). Foi o primeiro modelo do mundo a usar a plataforma GEM (Global Emerging Markets), desenvolvida na China pela joint venture Pan Asia Technical Automotive Center (Patac), da SAIC-GM. Com a chegada do novo modelo, o Onix antigo foi rebatizado de Joy e o Prisma virou Joy Plus, resistindo no mercado até 2022. Movido por um motor de três cilindros aspirado ou turbo, o novo Onix deu origem às atuais gerações do SUV compacto Tracker e da picape Montana. Suaves, bem acertados e muito econômicos, os Onix, Onix Plus e Tracker têm se mantido na lista dos dez modelos mais vendidos desde seu lançamento. No ano passado, o Onix hatch ficou em terceiro lugar no ranking dos emplacamentos, atrás apenas da Fiat Strada e do VW Polo. 

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