O rodízio, que restringe a circulação no Centro Expandido de São Paulo de segunda a sexta-feira, das 7h às 10h e das 17h às 20h, foi criado para reduzir os congestionamentos e a poluição do ar. Desrespeitar a regra resulta em multa de R$ 130,16 e a adição de quatro pontos na CNH.
No entanto, o aumento da quantidade de carros híbridos, que já têm isenção, coloca em xeque um dos principais trunfos do rodízio: reduzir o número de veículos circulando nos horários de maior movimento. "À medida que os híbridos se popularizam, a eficácia do rodízio fica comprometida. Hoje, o impacto ainda é pequeno, mas se as vendas dispararem, precisaremos discutir uma revisão das regras", alerta Roberto James.
O assunto já está em debate. Tramita na Câmara Municipal de São Paulo o Projeto de Lei 836/2024, que propõe a exclusão dos carros híbridos da isenção do rodízio e do desconto do IPVA. A proposta reflete uma preocupação crescente com o impacto dessas políticas na mobilidade urbana.
Contraponto à reforma tributária?
A decisão de São Paulo chegou a ser vista como uma resposta aos incentivos fiscais mantidos no Nordeste durante a reforma tributária, que favorecem principalmente Stellantis, BYD e Caoa. No entanto, na prática, apenas uma montadora do estado está sendo beneficiada no momento.
Por outro lado, o setor do agronegócio paulista pode ser mais impactado positivamente. Estados como Goiás, Minas Gerais e Pernambuco, grandes produtores de etanol, devem se sentir pressionados a adotar políticas semelhantes.