Esse motor não impulsiona as rodas, portanto a tração continua 100% elétrica nos veículos REEVs - muitas montadoras têm recorrido a essa estratégia, seja em um passado não muito distante, seja em carros elétricos que acabam de ser lançados.
O já descontinuado BMW i3, vendido no Brasil entre 2014 e 2024, recorre a essa estratégia e, segundo a legislação brasileira, é classificado como híbrido. Traz motor elétrico de 170 cv no eixo traseiro e só ele traciona o compacto. Entretanto, o i3 também era oferecido com um motor de scooter a gasolina na frente, que só cuidava de recarregar a bateria - por ser compacto, traz baixo consumo e emissões.
Além da pequena cilindrada, o baixo consumo está relacionado à forma como o motor-gerador funciona: nos REEVs, ele atua em rotação constante, ao contrário do que acontece emum carro convencional, sujeito às frenagens e às acelerações do dia a dia. Assim, é possível escolher uma faixa de rotação com máximo aproveitamento da energia.
O gerador também evita muito da perda de energia do motor convencional, ocorrida pelo atrito e calor na transmissão, no diferencial e em outros componentes mecânicos. E além da gasolina render mais, explicou a BMW, assim também se diminui a emissão de poluentes.
À época, os engenheiros não tinham baterias tão otimizadas à disposição e, gastando 100% da carga, o i3 original mal passava dos 100 km de viagem. Com o apoio do motor de 34 cv e dos 9 litros de gasolina que cabiam no tanque, porém, esse número chegava aos 250 km. Assim era possível rodar uma quantidade mínima aceitável e recorrer ao posto de combustível caso não houvesse um carregador disponível (problema ainda mais comum na década passada)
Recentemente, outras montadoras têm apostado nos REEVs, especialmente algumas chinesas, entregando resultados bem melhores, graças ao avanço tecnológico. É o caso da Leapmotor, que está prestes a estrear no Brasil e pertence à Stellantis.