Ford encerrará produção do Focus em novembro

Se você é um pouco mais velho, provavelmente já teve contato com hatches, sedãs e peruas. As opções eram muitas. Toda família de carros tinha diversos tipos de derivados, que iam de carros de duas portas até conversíveis. Mas tudo chega a um fim. E, no caso do Focus, seu destino já está traçado: Após sair dos mercados latinos, asiáticos e dos EUA, chegou a vez dos europeus darem seu adeus definitivo ao icônico médio da marca americana.

Segundo Finn Thomasen, gerente de comunicações europeias da empresa, que entrou em contato com nossos colegas do Motor1.com Alemanha, a produção do Focus será encerrada em novembro. E, Infelizmente, não há planos para um sucessor direto.

O fim do modelo realmente marca o fim de uma era para a Ford não só na Europa, mas em todo o mundo, já que o Focus teve uma importância significativa desde que a primeira geração do modelo foi lançada no fim dos anos 1990. Desde o início, o modelo tinha um grande papel a desempenhar, substituindo o icônico Escort, outro carro que fez história e foi vendido em diversos mercados pelo mundo.

Mas por que a Ford está eliminando seu modelo médio de sua linha de produtos? O CEO Jim Farley diz que a empresa está "saindo do negócio de carros chatos e entrando no negócio de veículos icônicos". Em uma entrevista no ano passado, o chefão da empresa admitiu que carros como o Fiesta e o Focus "eram adorados por muitos clientes", mas a dura realidade era que a Ford não estava ganhando dinheiro suficiente para justificar investimentos em novas gerações. A marca acredita que o foco em modelos aspiracionais como Bronco, Ranger, Mustang e as picapes Série F é mais lucrativo. A intenção é fazer da Ford o "Porsche do off-road".

O fim do Focus fará com que a Ford europeia siga o padrão que já vem adotando tanto nos EUA quanto em mercados como o Brasil. O Fiesta, o Focus, o Fusion e o Taurus foram retirados da América do Norte há vários anos. Enquanto por aqui, a linha de produção de Camaçari, na Bahia, foi desativada em 2021. É claro que ainda existe o Mustang, mas é um produto de nicho que não consegue atender todos os públicos. 

As vendas da Ford na Europa (incluindo os países da EFTA e o Reino Unido) caíram 17%, para 426.307 carros em 2024, o primeiro ano completo sem o Fiesta. A participação de mercado da empresa caiu de 4% para apenas 3,3%, atrás da Kia e da Hyundai, sendo que cada marca coreana ficou com 4,1%. A Ford teve um início de ano difícil, com os números de vendas publicados pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) mostrando uma queda de 3,9% em relação a janeiro de 2024 e uma participação de mercado de apenas 3%.

Com o fim do Focus este ano, as perspectivas para 2026 também não são nada otimistas. No entanto, a Ford ainda oferece o Puma e o Kuga (Escape nos EUA) para tentar compensar o fim dos carros comuns. A nova geração do Puma, agora um SUV baseado no Fiesta com visual mais esportivo, ganhou recentemente uma versão EV que se junta ao maior Mustang Mach-E, ao Explorer (que é baseado no VW ID.4) e ao Capri (baseado no ID.5) disponíveis na linha elétrica da empresa na Europa.

Todos nós sabemos que os números de vendas não contam toda a história, pois as margens de lucro são fundamentais para o sucesso de uma empresa. Mas crescendo com tanta diversidade de modelos, é um tanto desanimador ver o fim de tantos modelos icônicos em favor de SUVs,

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