Depois de muitos boatos, a Volkswagen Amarok vendida nos países do Mercosul finalmente ganhará uma nova geração. A linha atual, apesar de reestilizada no ano passado, tem origem de 2010, já com 15 anos no mercado. Mas o que mais chamada a atenção no anúncio feito pela Volkswagen, entretanto, é a origem dessa nova encarnação da picape.
Como se sabe, a Amarok foi dividida em duas globalmente em 2022 quando uma nova geração, baseada na atual Ford Ranger, foi apresentada ao público e começou a ser fabricada na África do Sul. Como forma de diferenciar o posicionamento das duas, a Volkswagen deixou a picape em uma posição mais premium, algo reforçado e ressaltado pela marca nos teasers da época. A picape da marca dos EUA, por sua vez, apostou no posicionamento tradicional que sempre teve.

Foto de: Volkswagen
Rusgas vindas desde a Autolatina deram a Amarok mais uma reestilização no lugar da nova geração global
Projeto Patagônia
O redesenho que chegou ao mercado no fim de 2024 veio como forma de a marca conseguir tempo e recursos para explorar outras alianças para o desenvolvimento de novos veículos para a categoria de caminhonetes de porte médio, conforme reconheceu o CEO da VW Argentina, Marcellus Puig.
E é dessa vontade de desenvolver um produto próprio para mercados LATAM que nasceu o Projeto Patagônia. O anúncio oficial, realizado pela marca em 3 de abril, veio junto com um investimento de US$ 580 milhões na fábrica de General Pacheco, Argentina, com previsão de chegada para 2027.

Foto de: Motor1 Argentina
SAIC Maxus T90, que dará base para a nova Amarok
O projeto ganhou vida graças à parceria da Volkswagen com a chinesa SAIC, que já vem de uma longa data no mercado chinês. As duas se uniram pela primeira vez em 1984, quando a montadora alemã se uniu à empresa chinesa para entrar no emergente mercado asiático.
Graças à aliança com a SAIC, a VW tornou-se uma das maiores fabricantes e vendedoras de automóveis na China. Agora, a alemã usará dessa parceria para a nova Amarok. Da chinesa, devem ficar poucas coisas, como a base e determinados itens de eletrônica embarcada. A VW LATAM, por sua vez, tratará de dar uma cara única à nova Amarok para deixá-la mais ao gosto do publico da região, incluindo brasileiro, e ainda há possibilidade de manter o motor V6 turbodiesel da Amarok atual, um de seus principais argumentos de venda.

Como é a Maxus T90?
Apesar de não tão conhecida no Brasil, a SAIC começou a investir em picapes próprias em 2016, quando lançou a picape T60 mirando alcance global. Seu porte era o de uma picape média da época, como a própria Amarok e a Toyota Hilux. Entretanto, atuava na parte mais baixa do segmento onde era oferecida, tendo posicionamento focado no custo x benefício.
A picape, inclusive, gerou um curioso rebadge para o mercado mexicano na forma da Chevrolet S10 Max, que substituiu a versão brasileira e assim como a versão chinesa, atua na parte de entrada do segmento de picapes médias, com foco comercial e para frotistas.

Chevrolet S10 Max

Foto de: Motor1 Argentina
Maxus T60
A Maxus T90 é a atual picape topo de linha da marca chinesa, posicionada acima da T60 e com visual mais robusto e refinado. Trata-se, na prática, de um facelift profundo lançado em 2019. Com 5,37 metros de comprimento, 1,90 m de largura e 1,81 m de altura, tem proporções bastante próximas às da Volkswagen Amarok atual — e mira diretamente nela como principal concorrente.
Na Argentina, onde os modelos da Maxus foram lançados recentemente, a T90 é oferecida com motor 2.0 biturbo a diesel, que entrega até 218 cv e 51 kgfm de torque. A transmissão é automática de oito marchas, fornecida pela ZF, e a tração é integral, com recursos como reduzida e bloqueio dos diferenciais central e traseiro. Há também uma variante 100% elétrica, equipada com baterias de 88,5 kWh, potência de 174 cv e torque de 32 kgfm. A autonomia declarada é de até 330 km em rodovias e 471 km em ciclo urbano.

Foto de: Motor1 Argentina
Interior da Maxus T90
Os preços da T90 variam entre US$ 43.000 (R$ 241.066) e US$ 72.000 (R$ 403.646), colocando-a em faixa semelhante à da Volkswagen Amarok, que vai de $42.620.050 pesos (R$ 222.434) até $76.941.200 pesos (R$ 401.556) no mercado argentino.
Ainda não sabemos quão grande será a influência dos modelos da SAIC na nova picape da Volkswagen, mas a base compartilhada também abre espaço para possíveis versões com o motor V6 utilizado hoje na picape alemã, além de um SUV com carroceria sob chassis que poderia dar um modelo mais robusto no off-road que o atual modelo topo da marca na categoria, o Tiguan. A previsão de chegada da nova Amarok é para 2027.
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