Num mercado como o atual, onde vemos SUVs compactos, médios, cupês e o que mais você possa imaginar, é difícil cogitar que uma marca faça duas versões de um mesmo hatchback, não é mesmo? Pois foi o que a Fiat fez, em 1995, para suceder um dos seus modelos médios mais vem vendidos, o Tipo.
Eram duas versões do mesmo veículo: o Bravo, um hatchback de três portas, e o Brava, um hatch com traseira de caimento acupêzado de cinco portas. Durante os anos 2000, a marca ressuscitou o nome Bravo em um hatchback de 5 portas para o lugar do Stilo, sendo em essência o último hatch médio da marca italiana.
Dois herdeiros do Tipo
Vamos dar uma olhada no passado: embora o Tipo tenha vendido inicialmente muito bem em seu começo no mercado europeu, os primeiros testes de colisão catastróficos fizeram com que os compradores torcessem o nariz para o carro. A queda drástica nas vendas desse modelo causou dificuldades adicionais para o então já debilitado Grupo Fiat.
A Fiat percebeu tarde demais que os aspectos de segurança do Tipo não poderiam ser melhorados o suficiente para oferecer segurança competitiva. Por esse motivo, foram desenvolvidos os dois modelos completamente novos baseados no então inédito Marea. Tanto o Bravo quanto a Brava são até hoje os veículos com o design mais rápido desenvolvido pelo Grupo Fiat.

Foto de: Fiat
Fiat Bravo (1995-2001)

Foto de: Fiat
Fiat Brava Trofeo
Foram necessários pouco mais de dois anos desde os primeiros esboços até o início da produção. O primeiro objetivo era fornecer recursos de segurança modernos para evitar a repetição do desastre ocorrido com o Tipo. Entretanto, em um teste de colisão do Euro NCAP, o Brava recebeu apenas duas das quatro estrelas possíveis. A célula do passageiro ainda era muito fraca, mas o órgão deixou claro que com pequenas melhorias seria possível obter uma terceira estrela.
O Bravo/Brava e o Tipo diferem muito em termos de estilo e comportamento ao dirigir. O chassi do Bravo é ajustado para um manuseio mais preciso, enquanto o Brava é ajustado para proporcionar mais conforto. O acabamento interno e muitas das cores da carroceria só estão disponíveis em uma ou outra versão.
Os carros eram anunciados como silenciosos, futuristas e econômicos. Nos anúncios italianos da Fiat, o slogan era "Fiat Bravo. Fiat Brava. La Scelta", que significava "Fiat Bravo. Fiat Brava. A escolha". A intenção era que os carros eram muito semelhantes, mas que havia uma distinção entre o modelo esportivo de três portas ou o prático modelo de cinco portas. Nas medidas, o Bravo contava com 4,02 metros de comprimento e o Brava, 4,19 metros.
Design arrojado e um motor de cinco cilindros
Peter Davis, chefe do Centro de Estilo da Fiat na época, diz que o trabalho no Bravo e no Brava começou imediatamente após a conclusão do Coupé e do Barchetta. O design foi levado ao limite para se destacar da concorrência.
O Bravo e o Brava tinham à sua disposição motores completamente novos, o modelo básico era equipado com um motor de 1,4 litro e 12 válvulas com 76 cv. Três outros motores a gasolina também estavam disponíveis: o 1.6 litro com 91 cv, o 1.8 litro de 16 válvulas com 114 cv e o 2.0 litros de cinco cilindros do modelo HGT topo de linha, que produz 149 cv e permite uma velocidade máxima de 213 km/h. Em 1999, o modelo 155 HGT substituiu o modelo mais antigo e oferecia potência maior de 157 cv.

Foto de: Fiat
Fiat Bravo (1995-2001)
Mesmo na Europa, o Brava e o Bravo não foram muito bem-sucedidos. No outono de 1998, um motor diesel common-rail recém-desenvolvido foi finalmente usado nos hatch médios. Ao mesmo tempo, o motor a gasolina de 1,4 litro, que era caracterizado como fraco e beberrão, foi retirado da linha e substituído por um novo 1,2 litro 16V.
Essas mudanças na linha de motores fazem parte de um facelift no qual pequenos detalhes visuais (como para-choques pintados) e as variantes de equipamentos foram revisados. A partir de então, os airbags laterais também se tornaram equipamento padrão. No final de 1999, a Fiat introduz os acessórios Abarth para o Bravo com rodas esportivas e um kit de carroceria.
Depois de apenas seis anos, o Brava e o Bravo foram substituídos pelo Fiat Stilo em outubro de 2001. No Egito e no Brasil, entretanto, o Brava de primeira geração permaneceu em produção até 2003. Em 2007, o Stilo foi substituído por uma nova geração do Bravo.

Foto de: Motor1 Brasil
Hoje, a marca conta em seu portfólio europeu e em outros mercados selecionados com uma variante hatchback do Tipo. Seu futuro, no entanto, deve ser virar um pequeno SUV derivado da linha Panda ou ter visual mais aventureiro.

Foto de: Motor1 Brasil
No Brasil, hatch do Marea chegou apenas em 1999 e sem cinco cilindros
No Brasil, Brava teve vida curta
Desde o fim do Tipo, em 1996, após vários casos de incêndios por vazamentos no sistema de mangueira da direção hidráulica, a Fiat ficou sem um representante na categoria até o ano de 1999, quando enfim apresentou o Brava, a variante hatchback de cinco portas do Marea, ao mercado brasileiro.
A ideia original, entretanto, não era trazer o Brava, mas sim o Bravo. Com o dólar estável, a Fiat iria trazer a versão de duas portas diretamente da Itália, com lançamento em março de 1999. Entretanto, mudanças no IPI e a crise dos tigres asiáticos, que levou boa parte dos países asiáticos da época à recessão e que perdurou durante todo o ano de 1998 mudaram os planos da marca. Assim, apenas o Brava chegou ao mercado brasileiro.

Foto de: Motor1 Brasil
Diferente do sedã, que trazia motores 2.4 aspirado e 2.0 turbo de cinco cilindros, a Fiat apostou nos motores 1.6 e 1.8, ambos de dezesseis válvulas, no hatchback. O menor era o mesmo que equipava a linha Palio, inicialmente contando com 99 cv e 14,8 kgfm de torque (para se encontrar na classificação menor de IPI da época) enquanto o maior 1.8 HGT possuía 132 cv e 16,7 kgfm. Após o ano 2000, o motor mais fraco passou a render 106 cv e 15,1 kgfm de torque.
Com vendas tímidas, o Brava deixou o mercado em 2003, após a chegada do seu sucessor, o Stilo. Durante os quatro anos em que esteve no mercado brasileiro, vendeu apenas 41.331 unidades fabricadas.
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