Em 2024, o VW T-Cross foi o SUV compacto mais vendido do país, com 83.990 unidades emplacadas. Só que, quando falamos nas vendas varejo, o Hyundai Creta levou a melhor, com 56.081 contra 39.767 do Volkswagen. E no fim do dia, eles aparecem na mesma lista de diversos compradores e carregam muito em comum, inclusive um preço de suas versões topo de linha já nos R$ 200 mil.
Volkswagen T-Cross Highline e Hyundai Creta Ultimate são as versões topo dos dois SUVs. Em comum, são as mais potentes de cada catálogo e carregam toda a tecnologia que a dupla pode ter, inclusive em segurança, assistentes de condução e conectividade. Qual levar pra casa?
Creta e T-Cross são bem semelhantes em suas medidas. Ao mesmo tempo, são SUVs compactos que sempre recomendamos para quem procura mais espaço para a família, tanto na cabine quanto no porta-malas. A conquista deste quesito vem por detalhes de usabilidade diária, pensando justamente no público deste tipo de carro.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

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O Hyundai Creta é maior no comprimento, mas acaba deixando o entre-eixos melhor aproveitado para o T-Cross. No banco traseiro, o Creta é mais confortável quando falamos em assento e espumas, além de ter um apoio de braços, mas o T-Cross é maior no espaço para as pernas, principalmente se for acomodar pessoas mais altas nas duas fileiras. Em comum, os dois tem portas USB-C para o banco traseiro e saídas de ar-condicionado.

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No porta-malas, a litragem do Creta é maior, com 422 litros, mas é mais raso que o T-Cross e seus 373 litros, o que atrapalha colocar objetos mais altos. Aliás, o VW tem o sistema simples para aumentar a litragem reduzindo o ângulo do encosto traseiro que, se não tiver ocupantes, pode ser útil. No dia a dia, o T-Cross é mais utilizável e, por ter maior espaço interno, fica com este quesito, mas não carrega muita vantagem comparado ao Volkswagen do Paraná.
Vantagem: T-Cross
Estamos falando em duas versões topo de linha que, apesar de muito plástico rígido, ao menos tentam dar um mais mais refinado com algumas cores, texturas e materiais mais refinados. Mas o Hyundai Creta tem um aspecto mais cuidado, principalmente no tipo de plástico e em como é montado, consideravelmente melhor que o da Volkswagen, que carrega até algumas rebarbas principalmente nas portas.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

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O Creta também é mais moderno, com as suas duas telas integradas e um console central elevado com o freio de estacionamento eletrônico, contra a velha alavanca no T-Cross. Isso também é vantagem na ergonomia, ao mesmo tempo em que o Hyundai é mais fácil de entender alguns comandos, ainda físicos, enquanto o VW acabou colocando muita coisa na VW Play e em comandos táteis. Bom para o Hyundai Creta.
Vantagem: Creta
Em dois SUVs compactos que já estão perto dos R$ 200 mil, não podemos exigir pouco neste quesito. Chave presencial, seletor de modos de condução, faróis e lanternas em LEDs, bancos em couro, ar-condicionado automático e mais itens são básicos nos dois, que guardam poucas diferenças entre si. Por exemplo, o Creta Ultimate tem ar-condicionado de duas zonas, câmeras 360, banco do motorista (quase) elétrico e freio de estacionamento eletrônico com autohold como seus principais extras na lista.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

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O Creta não tem opcionais, enquanto o T-Cross Highline cobra um extra de R$ 7.550 pelo teto-solar panorâmico. Mas há um troco do VW em conectividade, não só pela VW Play mais moderna com loja de apps e navegabilidade mais aprimorada, quanto pela falha do Creta Ultimate em ainda insistir no espelhamento por cabos, que até tenta reverter com seu GPS nativo, o que não é suficiente. Por um Hyundai mais completo e sem opcionais e um VW melhor conectado, empate.
Vantagem: empate
Aqui também não podemos pedir pouco. Os pacotes ADAS tanto do T-Cross Highline quanto do Creta Ultimate são bem completos, com piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixas, assistente de centralização de faixas, alerta de ponto-cego, farol-alto automático e alerta de colisão com frenagem automática.
Mas há um porém: o pacote ADAS completo é um opcional de R$ 3.550 no T-Cross, que tem a mais o assistente de estacionamento automático quando comparado ao Creta. Se fosse de série, até daria um empate, mas cobrar por algo que modelos mais baratos oferecem até de série, foi uma falha da Volkswagen.
Vantagem: Creta

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
De um lado, um conjunto bastante conhecido composto pelo 1.4 turbo flex e câmbio automático de 6 marchas. Do outro, um 1.6 turbo a gasolina com câmbio dupla embreagem que estreou agora no nosso mercado e é justamente caixa seca, uma tecnologia com histórico de problemas em diversas marcas. Porém, o mais novo tem mais potência e torque justamente por ser mais moderno.
O Creta trocou um 2.0 aspirado com câmbio automático de 6 marchas por este 1.6 e DCT. São 193 cv, o mais potente entre os compactos, e 27 kgfm, números de respeito. É um motor já evoluído do 1.6 turbo do Tucson, por isso esses números superiores, e a Hyundai garante que o dupla embreagem foi testado para não ter problemas por aqui, além do amplo uso em mercados exteriores.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Lógico que isso faz diferença diante dos 150 cv e 25,5 kgfm do 1.4 turbo do T-Cross, o conhecido 250TSI com tantos anos de Brasil que segue sendo desafiado por normas de emissões e consumo mais rígidas. Ele já teve DCT na época do Golf, mas se rendeu ao tradicional automático de 6 marchas, caixa Aisin, bem conservadora e sem maiores desafios.
No uso, o Creta desenvolve velocidade mais fácil, com menor turbolag e respostas mais rápidas do acelerador. É perceptível o trabalho do dupla embreagem, ainda que suave e relativamente rápido, pela forma com que faz as trocas, característico desse tipo de câmbio, e que ele prefere segurar marcha ao invés de reduzir para aproveitar o torque, principalmente em modo ECO - os dois SUVs tem seletor de modos.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
O T-Cross Highline já sente mais a idade do conjunto. Demora mais pra desenvolver velocidade e as respostas do acelerador estão bem amansadas com o passar dos anos. Ainda é melhor que qualquer 1.0 turbo, mas muito ele agradece ao câmbio que faz algumas reduções "desesperadas" se pisar mais, mas também faz trocas cedo para reduzir a rotação e economizar combustível se for mais suave no pé.
Só que isso compensa no consumo. Com gasolina, o T-Cross marcou 10,9 km/litro na cidade, contra os 8,9 km/litro do Creta, diferença que foi menor no ritmo rodoviário (13,9 vs.14,9 km/litro), onde o Hyundai também bebeu mais, mesmo com a sétima marcha para reduzir a rotação em velocidades mais altas.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Mas esse consumo extra do Creta é recompensado pelo desempenho? Enquanto o T-Cross foi de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, o Hyundai faz o mesmo em 7,7, assim como as retomadas vão da cada de 6 e 7 segundos para abaixo dos 5 no SUV mais potente. Fica ao critério de quem vai comprar o que prefere neste caso: desempenho ou consumo?
O mesmo vale para a dirigibilidade. O Creta é mais confortável e menos dinâmico, mas o conjunto reclama mais quando a via é esburacada e até mesmo se passar mais rápido em lombadas. Por outro lado, é mais leve para manobras que o T-Cross, que traz um conjunto mas firme e mais acostumado com o solo brasileiro, além de uma carroceria que dobra menos e direção mais direta. Entre pontos positivos e negativos, empate, mas vamos ficar de olho na durabilidade desse câmbio da Hyundai...
Vantagem: empate
São dois SUVs compactos que, completos, beiram os R$ 200 mil. De um lado, o Creta é mais completo, sem opcionais, apesar de um pouco mais caro mesmo quando se equipa por completo o Volkswagen. Como troco, o T-Cross Highline tem as três primeiras revisões gratuitas, mas só o Hyundai tem a garantia de 5 anos, contra a cobertura de 3 de seu oponente.
Vantagem: Creta

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
Em pontos, o Hyundai Creta Ultimate é o vencedor. Um projeto mais novo e moderno colaboraram bastante para isso, principalmente depois da ultima reestilização e essa troca do conjunto mecânico atualizado. A quantidade de empates mostra ao mesmo tempo que são SUVs equilibrados em diversos aspectos, algo que se torna muito comum no mercado moderno.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Fichas técnicas
Hyundai Creta Ultimate | VW T-Cross 250 TSI | |
MOTOR |
dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, duplo comando de válvulas com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, gasolina |
dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.395 cm3, duplo comando de válvulas com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
193 cv a 6.000 rpm; 27 kgfm de 1.600 a 4.500 rpm |
150 cv a 5.000 rpm; 25,5 kgfm de 1.500 a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO |
câmbio automatizado de dupla embreagem de 7 marchas, tração dianteira |
automático de 6 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO E RODAS |
McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira; rodas aro 18" com pneus 215/55 |
McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira; aro 17" com pneus 205/55 R17 |
PESO | 1.355 kg em ordem de marcha |
1.305 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.330 mm, largura 1.790 mm, altura 1.635 mm, entre-eixos 2.610 mm; | comprimento 4.218 mm, largura 1.760 mm, altura 1.575 mm, entre-eixos 2.651 mm |
CAPACIDADES | tanque 50 litros; porta-malas 422 litros | tanque 49 litros; porta-malas 373 litros |
PREÇO | R$ 196.990 (Ultimate) | R$ 184.490 (R$ 195.590 completo) |
Hyundai Creta 1.6T | VW T-Cross 250 TSI | |
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,0 s | 4,6 s |
0 a 80 km/h | 5,6 s | 6,7 s |
0 a 100 km/h | 7,7 s | 9,6 s |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 4,8 s | 7,1 s |
80 a 120 km/h em S | 4,6 s | 6,0 s |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 8,9 km/l | 10,9 km/l |
Ciclo estrada | 13,9 km/l | 14,9 km/l |