Como a BMW superou Audi e Mercedes-Benz nas vendas de carros elétricos

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Quando se fala em carros premium, é difícil não mencionar as marcas que há anos dominam o mercado. Quem? BMW, Audi e Mercedes, naturalmente. A disputa entre as três montadoras alemãs sempre foi acirrada, mas equilibrada, e ao longo do tempo, cada uma delas teve seus momentos de liderança.

Com a transição para a eletrificação, esse cenário está mudando novamente. No segmento de veículos elétricos, a BMW está um passo à frente da concorrência. Para se ter uma ideia, em 2024, a marca de Munique vendeu mais carros elétricos do que Mercedes-Benz e Audi somadas. Esse desempenho traz consigo uma série de benefícios estratégicos.

Frank Weber, chefe de desenvolvimento do grupo bávaro, explicou à Automotive News Europe que, graças aos números alcançados, a BMW provavelmente não precisará comprar créditos de carbono para compensar emissões excedentes em 2025. Isso representa uma vantagem competitiva, permitindo que a marca mantenha preços mais estáveis.

Somando elétricos e híbridos plug-in, os modelos eletrificados da BMW já representam 36% das vendas totais da marca. Mas o que levou a montadora a se destacar de forma tão expressiva? As razões são diversas.

Análise do exterior do BMW i4 M50 2022

BMW i4 M50 2022

Antes de tudo, a flexibilidade. Por mais bem-sucedida que seja, a BMW ainda mantém volumes relativamente contidos. A capacidade de contar com plataformas flexíveis, como a FAAR e a CLAR, permitiu à marca operar com melhores economias de escala. Além disso, há compartilhamento de componentes entre diferentes modelos, como no caso do i4 e do iX, ou do iX1 e do MINI Countryman, apenas para citar alguns exemplos.

Outro fator que impulsionou o sucesso da BMW no segmento elétrico está na estratégia de produto. Quando a marca de Munique estreou no mundo dos veículos elétricos, apostou em um modelo que buscava ser inovador em todos os aspectos. O BMW i3 foi uma verdadeira ruptura, com seu powertrain, design e soluções tecnológicas únicas. No entanto, essa abordagem diferenciada dificultou sua aceitação inicial. Apesar de um crescimento gradual nas vendas e de ainda ser valorizado no mercado, o i3 não alcançou o sucesso esperado.

BMW i3

BMW i3

A BMW, então, mudou sua estratégia para a nova linha de elétricos. Em vez de apostar em designs completamente inéditos, passou a adaptar modelos já existentes para a propulsão elétrica. Exemplos disso são o i4 e o Série 4 Gran Coupé, além do iX3 e do X3.

Dessa forma, os motoristas que desejam fazer a transição para um carro elétrico podem fazê-lo de maneira mais natural, escolhendo um modelo com o qual já estão familiarizados—talvez até por já terem dirigido sua versão a gasolina ou a diesel. Tanto Mercedes-Benz quanto Audi seguem essa mesma abordagem, mas começaram a aplicá-la um pouco mais tarde.

Com essa vantagem, a BMW não pretende dar espaço para que as concorrentes recuperem terreno. Assim, mais uma vez saindo na frente, a marca já se prepara para apresentar o primeiro modelo de sua nova geração de elétricos, baseada na plataforma Neue Klasse.

BMW Neue Klasse

BMW Neue Klasse

O primeiro modelo será um SUV de porte médio, uma espécie de alternativa ao X3, seguido por um sedã equivalente ao atual Série 3. A nova plataforma permitirá à BMW dar um grande salto em autonomia, desempenho e eficiência. No entanto, nem todos os veículos elétricos da marca utilizarão essa base, já que a montadora busca otimizar recursos e manter a flexibilidade em sua linha de produtos.

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