Cemitério das calotas: o que são as peças amontoadas em rodovia em SP

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O trabalho é feito semanalmente por catadores que descem a estrada a pé, ao longo dos 8 km que começam na divisa de São Luiz do Paraitinga (SP) com Ubatuba e vão até a chegada ao litoral. O motivo disso é o trajeto: nesses percurso, os viajantes descem de 1.000 m de altitude para o nível do mar, em descida íngreme que até provoca o típico estalo nos ouvidos.

As outras estradas paulistas que rumam à praia, entretanto, não sofrem do fenômeno na mesma intensidade. A Oswaldo Cruz, por sua vez, é a que tem o traçado mais incomum, com curvas sinuosas feitas ainda no século XVIII, levando a um anda-e-para extra na entrada das curvas.

Descida da SP-125 é íngreme e tem áreas de parada emergencial
Descida da SP-125 é íngreme e tem áreas de parada emergencial Imagem: Robson Roy

O uso intenso dos freios mecânicos gera bastante calor, que é transmitido às calotas. As peças, que são de plástico e se deformam com facilidade e a inclinação da SP-125 faz a gravidade ajudar a removê-las, explica o DER.

O problema, entretanto, é facilmente evitável. O engenheiro automotivo Carlos Teixeira explica que o ideal é descer com o carro engrenado, utilizando a marcha que mantenha o automóvel na velocidade adequada. Segundo Teixeira, a técnica ainda contribui para "aumentar a vida útil dos freios e reduzir o consumo de combustível".

Trabalho dos catadores evita excesso, mas é quase impossível não encontrar calotas no acostamento
Trabalho dos catadores evita excesso, mas é quase impossível não encontrar calotas no acostamento Imagem: Jefferson Guimarães
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