A BYD está a caminho de atingir a marca de 4,25 milhões de unidades vendidas em 2024, segundo um executivo da fabricante chinesa de veículos elétricos puros e híbridos plug-in. São os veículos que o governo chinês classifica como New Energy Vehicles, ou NEV, para diferenciá-los dos modelos a combustão puros.
“Até o final deste mês, a BYD provavelmente alcançará vendas anuais de 4,25 milhões de veículos em 2024”, afirmou Lian Yubo, cientista-chefe do grupo BYD, em um fórum promovido pela Caijing, revista chinesa que cobre questões sociais, políticas e econômicas.
Para que se atinja tal marca, as vendas mundiais da marca em dezembro deverão ser de 500 mil unidades. E, pasmem, a meta não é tão inalcançável assim: em novembro, a BYD comercializou 506.804 veículos, no segundo mês consecutivo com vendas acima de meio milhão de unidades, segundo dados divulgados pela empresa.
BYD fábrica de carros elétricos
No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, já foram 3,76 milhões de unidades, o que representa um aumento de 40,02% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo informações do site China EV Post. De janeiro a dezembro de 2023, a companhia vendeu mundialmente 3,02 milhões de carros particulares, comerciais e veículos pesados. Os números ficam ainda mais impressionantes se comparados aos 1,86 milhões de 2022 (ano cheio).
Enquanto companhias ocidentais freiam investimentos e fecham fábricas, as chinesas aproveitam o momento para acelerar e conquistar novos mercados. Somente entre agosto e outubro, a BYD aumentou sua capacidade produtiva em 200 mil veículos por ano. Todas as fábricas do grupo estão trabalhando com capacidade máxima de produção - e 200 mil funcionários foram contratados recentemente.
Desde o ano passado, a BYD ultrapassou a Tesla no posto de maior fabricante mundial de NEVs. E, pela primeira vez em 40 anos, o mercado chinês teve uma marca local na liderança das vendas, com a BYD fechando 2023 à frente da Volkswagen. Segundo Yubo, um em cada três carros elétricos ou plug-in vendidos hoje na China é do grupo BYD. No mundo, é um em cinco.
Automação
O cientista-chefe do grupo chinês também afirmou no fórum que as tecnologias de direção autônoma têm avançado e que os sistemas NoA (Navigate on Autopilot, ou navegação por piloto automático em ruas e estrada) estão sendo oferecidos por mais fabricantes locais.
Atualmente, os dispositivos oferecidos nos carros chineses são do nível L2+ de automação (condução assistida que permite ao carro acelerar, frear e fazer curvas sozinho, incluindo assistência de permanência em faixa e manobras automatizadas de estacionamento). Cidades como Xangai e Pequim já estão autorizando testes de direção inteligente de nível L3 (como o Drive Pilot da Mercedes), com nível de automação ainda maior, mas ainda exigindo um “motorista humano” atrás do volante. Em Wuhan e Shenzhen, os robotaxis, totalmente autônomos, já têm seu uso liberado e estão em franca expansão.