BYD cede veículos elétricos para STJ, Câmara e Presidência

há 2 meses 11

Desde janeiro de 2024, a chinesa BYD tem fornecido veículos elétricos a diversos órgãos públicos na capital federal por meio de contratos de comodato, um tipo de acordo que não gera custos ao locatário. Entre as instituições que estão utilizando os veículos estão a Presidência da República, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União (TCU). 

O modelo de contrato utilizado, o comodato, garante a cessão gratuita dos veículos por um período de dois anos. A BYD afirma que a iniciativa é uma forma de divulgar a importância da transição energética e permitir que os órgãos públicos conheçam melhor a tecnologia dos carros elétricos. 

BYD Tan - presidente Lula (1)

A Presidência da República utiliza dois veículos BYD: o Dolphin, modelo compacto avaliado em R$ 186 mil, e o Tan, um SUV de sete lugares cujo preço de mercado passa de R$ 500 mil. O Tan também é utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, em compromissos oficiais.

O Tribunal de Contas da União (TCU) recebeu dois veículos do modelo Seal, avaliado em R$ 299 mil cada, enquanto a Câmara dos Deputados conta com um BYD Tan para deslocamentos de seus membros.

O destaque, entretanto, vai para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que recentemente assinou contrato para receber 20 unidades do modelo Seal. O valor estimado de cada veículo é próximo de R$ 300 mil, totalizando cerca de R$ 6 milhões em frota cedida.

BYD - pedra fundamental fabrica bahia (5)

Segundo o estudo preliminar do STJ, a escolha do BYD Seal se deu por sua eficiência, potência e preço competitivo. O veículo possui 530 cavalos de potência e é 100% elétrico, oferecendo uma alternativa mais moderna e sustentável em comparação à frota atual da Corte, composta por modelos Hyundai Azera e Ford Fusion.

De acordo com o relatório técnico, muitos desses veículos antigos apresentavam sérios problemas mecânicos, como a necessidade de troca de motores em 14 das 34 unidades da frota. Além disso, o encerramento da produção dos modelos Azera e Fusion dificultou a reposição de peças, reforçando a decisão de renovação da frota.

“Os carros elétricos trazem mais economia e menos manutenção, além de serem uma resposta à necessidade de modernização da frota”, justificou o estudo do STJ.

Teste BYD Seal 2024 (BR) (31)

A BYD destacou que sua participação no processo de cessão dos veículos ocorreu "com total transparência e dentro das regras vigentes". O chamamento público foi publicado no Diário Oficial da União e em outros veículos de comunicação em novembro de 2024.

Contudo, a montadora enfrentou questionamentos após denúncias de condições de trabalho degradantes na construção de sua fábrica em Camaçari (BA). O STJ enfatizou que acompanhará as investigações e, caso a empresa seja responsabilizada, poderá revisar o contrato de comodato. "O compromisso é zelar pelo cumprimento das obrigações contratuais e adotar medidas cabíveis, se necessário", afirmou a instituição.

A parceria entre a BYD e os órgãos públicos representa uma oportunidade de testar a viabilidade do uso de veículos elétricos em grande escala. Segundo comunicado da Casa Civil, a utilização desses veículos faz parte de um esforço para divulgar a importância da transição energética e promover alternativas de transporte mais limpas e sustentáveis.

Além disso, a crescente presença dos veículos elétricos nos corredores do poder federal reflete uma tendência mundial de substituição de frotas convencionais por modelos menos poluentes e mais eficientes.

Para a BYD, o Brasil representa um mercado estratégico para a expansão de seus negócios, e a parceria com o governo federal pode ajudar a consolidar a imagem da empresa como um dos principais players no segmento de veículos eletrificados no país. 

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