
A reforma a vapor, por sua vez, é o processo mais comum no mundo e consiste em aquecer gás natural e água a temperaturas de até 1000° C. Essa mistura, na presença de um catalisador, resulta em gás hidrogênio, mas também gera CO2 e perde eficiência por conta do combustível necessário ao aquecimento.
A reforma a vapor com etanol é a queridinha dos cientistas porque o álcool diminui para cerca de 750° C a temperatura da reação, e sua própria queima e dos seus resíduos contribuem no aquecimento. Dessa forma, a eficiência dispara e o CO2 liberado no processo já está "pago" pelo gás carbônico capturado enquanto a cana-de-açúcar crescia.

"O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira", diz o professor Julio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP (RCGI, na sigla em inglês), responsável pelo projeto. "O Brasil tem condições únicas para esse desenvolvimento, considerando nossa infraestrutura já consolidada para o etanol."
Mercado consumidor gigante
Com a imensa dificuldade em encontrar combustíveis limpos que sejam viáveis em navios, caminhões e aviões, o H2 vem ganhando força. Até 2030, esse mercado movimentará cerca de US$ 300 bilhões por ano, estima a consultoria GVM. Nas décadas seguintes, a tendência é que isso só aumente, tanto pelo crescimento da frota quanto pelo uso em outras áreas.