BNDES aprova financiamento para 87 ônibus elétricos em São Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, em 20 de dezembro de 2024, um financiamento de R$ 94,8 milhões destinado à aquisição de 87 ônibus elétricos para o sistema de transporte coletivo de São Paulo. A operação será realizada pela empresa MobiBrasil e representa um passo importante para a modernização da frota municipal.

Deste montante, R$ 49,8 milhões virão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), enquanto outros R$ 45 milhões serão aportados pelo Fundo Clima. Essa foi a primeira operação de financiamento com recursos do FGTS após a autorização concedida ao BNDES pela Caixa Econômica Federal, permitindo que o banco atue como agente financeiro desse fundo.

O financiamento integra o programa BNDES Pró-Transporte Refrota, criado para viabilizar investimentos na renovação do transporte público urbano com foco na sustentabilidade. De acordo com Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, essa nova modalidade de financiamento resulta de uma parceria com a Caixa Econômica e visa promover melhorias significativas na mobilidade urbana das cidades brasileiras, aliadas à redução de emissões de gases poluentes.

Mercadante destacou que os ônibus elétricos têm vida útil 50% maior em comparação aos veículos a diesel, além de apresentarem um custo operacional 70% menor por quilômetro rodado devido ao uso de energia elétrica.

Em novembro de 2024, o BNDES também assinou um contrato de R$ 2,5 bilhões com a Prefeitura de São Paulo para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos fabricados no Brasil. Esse projeto tem o potencial de evitar a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente ao longo dos 15 anos de vida útil dos veículos.

Apesar desses esforços, a meta da capital paulista de integrar 2.600 ônibus elétricos à frota até 2024 está muito longe de ser atingida. Até setembro, apenas 207 veículos zero emissão estavam em circulação.

Flexibilização das metas de eletrificação

Em meio a esse cenário, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, no dia 18 de dezembro, o controverso projeto de lei 825/2024, de autoria do vereador Milton Leite (União). A proposta permite que empresas adquiram ônibus a diesel para substituir até metade de suas frotas, desde que esses veículos sejam menos poluentes que os atuais. Contudo, o projeto não define metas claras de redução de emissões nem prazos para cumprimento. E o texto também prevê que concessionárias de energia elétrica e gás, como Enel e Comgás, garantam infraestrutura adequada para abastecimento, respeitando regulamentações estaduais e federais.

O projeto de lei ainda aguarda sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que já declarou sua prioridade em manter a compra de ônibus elétricos como foco central da renovação da frota municipal.

Os investimentos do BNDES e os esforços da Prefeitura de São Paulo são fundamentais para que a cidade mais rica do país avance em direção a um transporte público mais alinhado às metas climáticas. Vale destacar que  a transição para veículos elétricos representa não apenas uma medida ambiental, mas também uma estratégia econômica para reduzir custos operacionais a longo prazo. No entanto, desafios permanecem, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das metas estabelecidas e à infraestrutura necessária para suportar essa transição.

Fonte: Eixos Transição Energética.