No Brasil, conhecemos a Mercedes-Benz pelos luxuosos sedãs e SUVs, ou as monstruosidades da divisão esportiva AMG. Mas não é todo mundo que lembra que a marca na Europa também é carro de dia-a-dia, além de ser a preferência dos taxistas alemães até o advento dos carros híbridos e elétricos. É nesse contexto mais utilitário e menos conhecido da Mercedes-Benz que está inserido o GLB.
Não é nem o menor SUV da marca, nem o mais popular, mas ele está numa missão: levar você e sua família para qualquer lugar sem abrir mão de um refinamento digno da Mercedes-Benz. Na linha 2025, apresentada no ano passado, o GLB superou o antigo motor 1.3 turbo, originário de uma parceria com a Renault, e adotou um 2.0 turbo auxiliado por um sistema elétrico de 48V. Mas o que ele realmente tem que superar é a barreira do preço: R$ 399.900 na versão AMG Line.
Correção de rumo
Houve uma época em que o slogan da Mercedes-Benz era "The Best Or Nothing", ou "o melhor ou nada" em português. Quando o GLB da atual geração estreou por aqui, tinha um motor 1.3 turbo de 163 cv. Logo pegou fama de ter "motor de Renault", dada a origem do propulsor em uma parceria com a francesa. Bem longe dos tempos em a alemã batia no peito e falava que oferecia apenas o melhor.
Lição aprendida e rumo corrigido. Em agosto de 2024, a Mercedes-Benz trouxe a linha 2025 do GLB ao Brasil. Embaixo do capô, somente o 2.0 turbo a gasolina com injeção direta. Ao contrário de outras montadoras menores, a Mercedes não gritou aos quatro ventos que o SUV era híbrido, mesmo que ele seja. Em conjunto com o 2.0, vem um sistema elétrico de 48V que alimenta um motor elétrico/de arranque ligado ao de combustão por correia. É um híbrido-leve, mas é melhor que alguns híbridos baratos por aí com sistemas de 12V que pouco auxiliam no consumo.

Foto de: Motor1.com
Quão bom? É o melhor sistema start/stop que já andei. Completamente silencioso e absolutamente sem trancos. E é inteligente também: usa o radar do controle de cruzeiro adaptativo para determinar a quantidade de regeneração de energia. Se não há carro na sua frente, o GLB rola sem resistência. Se há, você sente a regeneração atuando antes de o carro aplicar os freios se necessário. Sim, lógica de carro elétrico em um híbrido-leve de 48V com sete lugares feito para levar sua família. Aqui sim, é "The Best Or Nothing" mesmo.
A atuação do motor/gerador na condução normal pode passar em branco se você não prestar a atenção. Quando o sistema de 48V está auxiliando o 2.0, a vibração é baixa e quase não se escuta o motor a combustão. Quando se pisa mais forte, o 2.0 turbo assume o comando e aí sim vem um nível de vibração esperado. O máximo de ruído e vibração esperado de um Mercedes-Benz, mas perceptível após se acostumar com a suavidade do auxílio elétrico.
Aqui vou pontuar que o Mercedes-Benz GLB AMG Line pesa 1.765 kg. A marca declara um 0 a 100 km/h 7,9 segundos. Na prática, parece um número real. Com o carro vazio, sobra motor para todas as situações. Carregado, parece que está vazio. Em termos de consumo, no meu uso urbano ele ficou em 11,8 km/l, indo a 14,7 km/l na estrada. Nada mau para seu tamanho e peso.

Foto de: Motor1.com
Para quem está procurando por números, o 2.0 turbo auxiliado por sistema de 48V entrega 190 cv de potência e 36,7 kgfm. A transmissão é automatizada de dupla embreagem com 8 velocidades e a tração é integral.Nas medidas, tem 4.634 mm de comprimento, 2.829 mm de entre-eixos, 2.020 mm de largura e 1.692 mm de altura. O bagageiro acomoda 565 litros com 5 assentos em uso. O carro tem freios a disco nas quatro rodas, mas só a Mercedes-Benz para colocar discos de freio dianteiros perfurados e slotados como os de esportivos num carro de família.

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O Mercedes-Benz mais prático
De série, o Mercedes-Benz GLB 2025 já tem ar-condicionado automático de 2 zonas, assentos de couro, ajustes elétricos e memória para os bancos dianteiros, faróis de LED, câmera de ré, assistente de estacionamento, iluminação ambiente, retrovisores externos com rebatimento elétricos, espelho interno fotocrômico, chave presencial, sistema operacional MBUX com comandos por voz inteligentes, par de telas de 10,25” (painel de instrumentos e multimídia), espelhamento sem fios, sistemas de assistência de condução semiautônoma, controle de cruzeiro adaptativo, monitor de ponto cego e 7 assentos.
A versão AMG Line traz acabamentos da linha esportiva da marca, como a grade de único filete horizontal. A configuração também troca as rodas de 18" por peças de 19", usa assentos esportivos na dianteira e acrescenta sistema de som Burmester com 12 alto-falantes e 710 Watts de potência.

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O conteúdo é digno de Mercedes-Benz... e a cabine também. Todas as superfícies de interação, como volante, saídas de ar e multimídia são exatamente os mesmos de modelos mais caros da marca. O destaque do GLB fica por conta do bom aproveitamento de espaço. O SUV não é tão grande assim, mas não gera aperto para os ocupantes. O padrão de acabamento também é o esperado de um carro da marca, com superfícies macias ao toque, muito couro e detalhes em alumínio.
Esse espaço farto também é aproveitado na segunda fileira. Mas ainda não é uma minivan: com conforto de Mercedes-Benz, é melhor ficar com 2 ocupantes. O terceiro já fica, digamos, em posição menos premium. E isso nos leva à terceira fileira. Essa sim, nada premium.

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O acesso à última fileira não é dos mais fáceis. Você precisa arrastar manualmente a segunda fileira e dobrar o encosto. E o espaço por lá é para ser usado como na maioria dos carros de 7 lugares: para quebrar um galho. Até porque o espaço no porta-malas com as três fileiras em uso fica minúsculo. Mas, de novo, é um Mercedes-Benz. A padronagem dos bancos é similar a das demais fileiras e há um espaço no assoalho para guardar a tela retrátil que cobre o bagageiro quando a terceira fileira está recolhida.
Em paz com o que o GLB pode ou não pode fazer, hora de aproveitar um belo Mercedes-Benz. Palmas para o isolamento da cabine. Abrir e fechar os vidros é similar a ter um botão liga/desliga do mundo fora do carro. Mesmo alto e um tanto quadrado, o SUV percorre rodovias a 120 km/h como se nada fosse. É tão bom no que faz, que poderia ser confundido com um carro sem graça.

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É tanta serenidade ao dirigir que a Mercedes-Benz voltou sua atenção para as amenidades. A marca não vai te dizer que o GLB tem massageador nos bancos, mas a MBUX consegue ativar os ajustes dos bancos para movimentar o corpo enquanto você dirige e tirar um pouco da fadiga de horas ao volante. Seja levando as crianças na escola ou na casa de parentes em outra cidade, você vai aproveitar bem o silêncio e a praticidade do GLB, sem nem perceber todo o trabalho que a Mercedes-Benz teve para deixar o SUV tão fácil e cômodo de dirigir.
O GLB tenta reunir várias tribos: famílias, viajantes, apreciadores de bons carros, tão bons que você nem percebe suas qualidades sem prestar atenção. A questão é que por R$ 400 mil, é preciso alguém que realmente aprecie as qualidades de um Mercedes-Benz para o dia-a-dia.
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Mercedes-Benz GLB 220
Motor dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.991 cm3, duplo comando com variador de fase na admissão e escape, injeção direta, turbo, gasolina
Potência e torque 190 cv a 5.500 rpm; 30,6 kgfm de 1.800 a 4.000 rpm
Transmissão automatizada de dupla embreagem com 8 marchas; tração integral automática
Suspensão McPherson na dianteira, multilink na traseira; rodas de 19" e pneus 235/50
Comprimento e entre-eixos 4.634 mm; 2.829 mm
Largura 2.020 mm
Altura 1.692 mm
Peso 1.765 mm
Capacidades porta-malas: 565 litros (5 lugares em uso); tanque: 60 litros
Preço como testado R$ 399.900