Tóquio/Akita, Japão (Reuters) – O Banco do Japão continuará elevando os juros se a inflação se mover em linha com sua previsão, disse a autoridade Junko Nakagawa, sinalizando que a volatilidade dos mercados no mês passado não afetou o plano do banco central japonês de aumentar os custos dos empréstimos de forma constante.
No entanto, o Banco do Japão deve levar em conta o impacto que tais movimentos dos mercados podem ter sobre as perspectivas da economia e dos preços ao considerar a possibilidade de aumentar os juros, acrescentou.
Seus comentários fizeram o iene subir, uma vez que os mercados os consideraram como um sinal renovado de que o Banco do Japão pode aumentar os juros nos próximos meses.
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O dólar tinha queda de 0,6% em relação ao iene, a 141,57, após atingir 140,71, um nível não visto desde 28 de dezembro, também pressionado pelo resultado do debate presidencial dos Estados Unidos.
“Dado que os juros reais estão atualmente muito baixos, ajustaremos o grau de apoio monetário, do ponto de vista de alcançar de forma sustentável e estável nossa meta de inflação de 2%, se nossas previsões econômicas e de preços forem cumpridas”, disse Nakagawa em um discurso para líderes empresariais no norte do Japão nesta quarta-feira (11).
O núcleo da inflação ao consumidor do Japão atingiu 2,7% em julho e tem ficado dentro ou acima da meta de 2% por 28 meses consecutivos.
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As falas de Nakagawa seguem as de outro membro do conselho, Hajime Takata, que disse na semana passada que o banco central japonês deve manter o curso para elevar os juros — mas com cuidado para garantir que a volatilidade dos mercados não prejudiquem gravemente as empresas.
O Banco do Japão deve deixar os juros inalterados em sua próxima reunião, em 20 de setembro, mas mais da metade dos economistas entrevistados pela Reuters no mês passado preveem um novo aperto até o final do ano.
“A julgar pelos dados divulgados desde nossa reunião anterior, em julho, as condições econômicas e de preços parecem estar no caminho certo”, disse Nakagawa em uma coletiva de imprensa após a reunião com líderes empresariais. “Mas os mercados continuam instáveis.”
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O Banco do Japão abandonou os juros negativos em março e elevou sua taxa de curto prazo para 0,25% em julho, afastando-se de um programa de estímulo maciço que durou uma década.