Enquanto a matriz do Grupo Volkswagen parece estar reconsiderando o fechamento de algumas de suas fábricas na Alemanha, a Audi tomou medidas mais drásticas na Bélgica. Localizada em Bruxelas, uma das linhas de montagem da marca das quatro argolas já tem data para encerrar as atividades em meio à crise do conglomerado.
No final de fevereiro de 2025, a Audi encerrará suas atividades na capital da Bélgica. Consequentemente, o Q8 E-Tron e o Q8 E-Tron Sportback, que eram produzidos na planta, devem ser eliminados. Devido às vendas fracas, os dois SUVs elétricos grandes não estão gerando demanda suficiente para manter a fábrica aberta.
A Audi havia tentado encontrar um comprador para a fábrica, mas sem sucesso. Houve rumores de que a montadora chinesa Nio estava interessada em adquiri-la, mas o CEO William Li posteriormente negou o rumor em setembro. A Reuters cita Gerd Walker, membro da diretoria e chefe de produção da Audi, dizendo: "A decisão de fechar a fábrica de Bruxelas é dolorosa. Pessoalmente, foi a decisão mais difícil que já tive de tomar em minha carreira profissional".
O Q8 E-Tron começou sua vida em 2018, quando estreou apenas com o apelido E-Tron para servir como o primeiro carro elétrico global de produção em série da Audi. O derivado com visual mais cupê, chamado de Sportback, chegou cerca de um ano depois. Ambos receberam o prefixo "Q8" no final de 2022, quando os dois elétricos passaram por um facelift. A fábrica na capital da Bélgica está produzindo os modelos com o emblema Q8 desde dezembro de 2022. Os últimos veículos serão montados em 28 de fevereiro de 2025, de acordo com o porta-voz da empresa, Peter D'hoore.
Em 2023, a Audi vendeu 49.001 unidades do Q8 E-Tron, uma queda de 4,3% em relação ao ano anterior. No entanto, a unidade de Bruxelas tem capacidade anual máxima de 120.000 veículos, então é fácil ver por que a matemática não está a favor do SUV elétrico. Fundada em 1949, a fábrica tem pouco mais de 3.000 funcionários e é considerada a "primeira fábrica de produção de alto volume neutra em carbono do mundo no segmento de luxo".
A Audi pretendia se tornar totalmente elétrica até 2033, mas agora quer permanecer "flexível", de acordo com o CEO Gernot Döllner. Permanecendo dentro do Grupo VW, a Bentley já adiou sua agenda somente para veículos elétricos algumas vezes. Inicialmente, ela disse que abandonaria os carros com motores a gasolina até 2030, antes de reajustar sua meta para 2033. O plano mais recente prevê uma linha exclusivamente elétrica até 2035.
Para quem se lembra, depois do escândalo do dieselgate, em 2015, a marca principal do grupo alemão queria ser totalmente elétrica na Europa já em 2033. No entanto, a Volkswagen admitiu recentemente que o Golf da geração atual poderia permanecer até 2035. É nessa data que os países europeus planejam proibir as vendas de carros novos com emissões nocivas, acabando efetivamente com o motor de combustão interna. Seja o que for que o grupo tenha reservado para a VW, a lógica nos diz que a SEAT/Cupra e a Skoda seguirão o mesmo caminho.