Há alguns dias, comentamos sobre a grande proximidade entre o próximo modelo compacto da Fiat e o Uno, e como ele deve influenciar os sucessores do Mobi e do Argo – seja lá como forem chamados. O compacto quadradinho da Fiat, com inspiração no modelo original dos anos 80, já foi flagrado no país com camuflagem e deve começar a rodar em testes em breve.
Mas o que une o Fiat Grande Panda e o menor Jeep disponível hoje é que ambos são feitos sobre a base CMP, de origem PSA, que também é compartilhada com a linha atual de Peugeot e Citroën. No Brasil, todos os modelos da Jeep são fabricados sobre a base Small Wide, a SCCS, que também produz as picapes Fiat Toro e Ram Rampage em Goiana, Pernambuco. Trata-se de uma plataforma mais antiga, que remonta aos tempos do Grande Punto europeu, já tendo sofrido muitas adaptações para se manter atual.

Foto de: Jeep
Jeep Avenger

Fiat Grande Panda
Com a CMP, a Stellantis consegue ter uma opção mais moderna para seu portfólio compacto, além de poder unificar suas linhas em quase todas as marcas, indo desde a generalista Fiat até modelos mais refinados da Peugeot. Através dela, também será possível ampliar a eletrificação do portfólio nacional para outro nível, indo além do atual híbrido leve disponível hoje nos Fiat Pulse e Fastback T200.
O Jeep Avenger mede 4,08 metros de comprimento, 1,78 metro de largura, 1,53 metro de altura e 2,56 metros de entre-eixos. Apesar da proposta de SUV, suas dimensões são mais próximas às de um hatchback compacto. O porta-malas tem capacidade para 355 litros. Ele é 18,8 cm mais curto e 16,6 cm mais baixo que o Renegade, por exemplo.

Como deve ficar a linha Jeep
Ainda que não tenha confirmado a chegada do seu SUV menor, as pistas indicam que o grupo já está levando essa ideia mais a sério. A primeira delas foi um flagra do modelo em outubro do ano passado, com camuflagem ainda bastante pesada, mas que acaba revelando o formato do carro por meio de suas linhas características.
A segunda é o grande investimento anunciado pelo grupo Stellantis para a América do Sul, que resultará na contratação de 1.500 novos funcionários tanto para sua planta de Betim, em Minas Gerais, quanto para a de Porto Real, no Rio de Janeiro.
Dessas novas contratações, 1.200 serão destinadas à fábrica mineira, onde hoje se localiza o Polo Automotivo de Betim, focado nos carros de volume do grupo. Não faria sentido um modelo com tanto potencial de vendas como um Jeep, feito para custar o mesmo ou menos que um Renegade, ser produzido em Porto Real.
Renegade é incerteza
E já que falamos no Renegade, o terceiro ponto é justamente o seu momento incerto no mercado. No Brasil e em outros países da América Latina, o carro é um sucesso, e seus números comprovam isso: desde 2015, emplacou nada menos que 527.296 unidades no país.
Mas dez anos se passaram desde seu lançamento e não há sinais de uma nova geração do SUV compacto em desenvolvimento no curto ou médio prazo. Nos EUA e no Canadá – mercados onde tradicionalmente a Jeep tem boas vendas –, o modelo nunca foi um grande sucesso e saiu de linha em 2023 sem deixar um sucessor.

Fabrica Jeep Renegade - Goiana, Pernambuco
Com isso, as chances de o Avenger substituir o Renegade em um futuro de médio prazo existem, ainda que esse movimento não tenha ocorrido nem no Brasil nem em outros mercados. Por ora, o que deve acontecer é a criação de um novo espaço para o menor Jeep da história, que deverá ter preços mais alinhados com os concorrentes de entrada da categoria, enquanto o Renegade pode ser reposicionado em versões mais completas.