YouTube diz que consumo de esportes aumentou 45% em um ano e atrai mais quem assiste pela TV

há 4 meses 27

Os usuários do YouTube estão assistindo cada vez mais as transmissões de esportes, conforme passam a utilizar os aparelhos de televisão para ver os vídeos em vez dos celulares.

A constatação foi dada pelo diretor-executivo da plataforma, Neal Mohan, durante a realização das Olimpíadas de Paris. O executivo afirmou ao Financial Times que mais de 35 bilhões de horas de conteúdo esportivo foram vistas no YouTube no ano passado, um aumento de 45% em relação ao ano anterior.

Segundo ele, grande parte desse aumento deve-se aos espectadores que assistem aos vídeos nos aparelhos de televisão. "Vimos o crescimento do YouTube sendo assistido em televisores. É a nossa fatia de crescimento mais rápido", disse Mohan, que assumiu como chefe do YouTube no ano passado.

"Não é surpreendente porque, se você se colocar no lugar de um consumidor ou de um fã de esportes... essa é uma ótima tela para realmente consumir esse tipo de conteúdo", avaliou.

O YouTube não é um parceiro oficial do COI (Comitê Olímpico Internacional), organizador das Olimpíadas, mas tem acordos com alguns dos canais que detêm os direitos de transmissão como NBCUniversal (nos EUA) e Eurosport (na Europa), da Warner Bros Discovery, para exibir os destaques de Paris-2024.

A plataforma também está trabalhando com influenciadores para oferecer imagens dos bastidores das Olimpíadas e outros "conteúdos complementares" diretamente de Paris.

No Brasil, o YouTube está transmitindo ao vivo os principais eventos em parceria com a CazéTV, do influenciador digital Casimiro. Já no México, a plataforma tem parceria com a emissora Claro Sports, oferecendo aos espectadores a opção de assistir a quatro eventos simultaneamente em uma tela.

No ano passado, o YouTube começou a exibir partidas ao vivo da NFL, através de um contrato de sete anos no valor de US$ 14 bilhões para transmitir o pacote Sunday Ticket da liga em todo os EUA. Desde então, a plataforma também assinou acordos com duas competições esportivas que esperam ampliar seu alcance: o Campeonato Inglês feminino de futebol e a F1 Academy, uma nova série para pilotos mulheres.

"Neste mundo onde a audiência é tão fragmentada e os espectadores têm escolhas infinitas em termos de como consumimos o conteúdo em nossos celulares... uma das coisas que eu realmente acho que une as pessoas e cria essa experiência coletiva é o esporte, especialmente os esportes ao vivo, e vemos isso no YouTube também", disse Mohan.

As plataformas de streaming têm investido em esportes em todo mundo, embora o ritmo varie entre as empresas rivais.

A Amazon tem acordos para exibir a Liga dos Campeões de futebol, a NFL, o torneio de tênis de Roland Garros e recentemente acertou com a NBA. A AppleTV+ transmite partidas ao vivo da liga de beisebol dos EUA (MLB) e da MLS (liga de futebol dos EUA), enquanto a Netflix recentemente fez sua primeira incursão nos esportes ao vivo convencionais ao concordar em exibir dois jogos da NFL no dia de Natal, uma das datas comerciais mais importantes da liga.

O YouTube disse na semana passada que as visualizações em TVs conectadas aumentaram mais de 130% nos últimos três anos, com o tempo de exibição de esportes nesses dispositivos crescendo 30% na comparação anual.

O último balanço da Alphabet divulgou que o YouTube obteve US$ 8,7 bilhões em publicidade no segundo trimestre. Esse valor foi 13% maior do que no ano anterior, mas menor do que as expectativas dos analistas de US$ 8,9 bilhões, já que o YouTube enfrentou um desafio crescente do aplicativo rival TikTok em seu principal segmento tradicional de clipes de vídeo curtos.

Folha Mercado

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Centenas de bilhões de horas de conteúdo são assistidas no YouTube todos os anos, de acordo com a empresa, tornando os esportes uma parte relativamente pequena do total. Mas diante da crescente competição no streaming, Mohan disse que a presença da empresa nos esportes provavelmente crescerá em um futuro próximo.

"Para usar uma analogia esportiva, estamos realmente nos primeiros innings (começo do jogo no beisebol)", disse ele. "Temos trabalhado em estreita parceria com ligas de todo o mundo, com nossos parceiros de transmissão, nossos parceiros de mídia em todo o mundo por muitos, muitos anos. Mas eu diria que, apesar disso, ainda estamos nos primeiros, primeiros dias de onde isso pode evoluir."

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