[VÍDEO] Nissan Sentra Advance 2025 é ótimo, o problema é a concorrência

há 4 meses 33

A Nissan demorou muito para trazer a atual geração do Sentra para o Brasil. O modelo estreou em 2019, mas só aportou por aqui em 2023. E por isso estreou perto da plástica de meia vida que aconteceu no início deste ano já como linha 2025.

As mudanças são sutis, mas quem comprou o Sentra em janeiro viu seu “Tiozão” se tornar um ancião da noite para o dia. Basicamente o sedã ganhou novos para-choque dianteiro e grade do radiador.

VEJA TAMBÉM:

Visualmente o Sentra continua lindo e a mudança no para-choque deixou o visual mais elegante. O teto baixinho que desliza suavemente para a tampa do porta-malas confere uma das silhuetas mais charmosas entre os sedãs médios. Mas beleza não põe mesa.

NISSAN SENTRA ADVANCE 2025 CHUMBO FRENTE LATERAL TRASEIRA (2)O Sentra chama atenção pela silhueta que é uma das mais bonitas entre os sedãs

Melhorias na linha 2025 do Sentra

A versão de entrada, Advance recebeu melhorias, como o pacote de assistentes de condução com direito a monitor de permanência em faixa, alertas de colisão frontal e tráfego cruzado em ré, assim como indicador de fadiga. No entanto, o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) não figura na lista.

Por outro lado, o Sentra manteve o inexplicável freio de estacionamento de pedal. Trata-se de um recurso arcaico que até mesmo a Toyota aboliu do Corolla Cross e a Nissan sustenta em seu sedã. Curiosamente há espaço para encaixar a tecla do acionamento eletrônico no console. Na China, onde é vendido como Sylph, o sedã conta com o sistema elétrico.

Nissan Sentra Advance 2025Interior é refinado, mas bem que a Nissan poderia adicionar freio de estacionamento eletrônico, o espaço está logo atrás da alavanca de marchas (Foto: Murilo Góes/Divulgação Nissan)

Outro ponto difícil de engolir em um carro de R$ 157.890 é a ausência da conexão sem fio com smartphones, assim como a falta do carregamento por indução. O alento é que ele tem portas USB e USB-C. Mas o dono não pode esquecer de levar o cabo sempre com ele.

Tirando isso, o Sentra é um carro que agrada bastante, a posição de dirigir baixinha é uma delícia, a posição dos comandos ficam sempre perto das mãos. Claro que a linha de cintura alta e o teto baixo penalizam a visibilidade, mas não comprometem no dia a dia.

NISSAN SENTRA ADVANCE 2025 CHUMBO FRENTE LATERAL TRASEIRA (3)Porta-malas de 466 litros é um dos destaques do sedã japonês

Quem viaja atrás conta com bom espaço para as pernas. Os mais altos podem ter problemas com a cabeça, devido à queda acentuada do teto. Já o porta-malas de 466 litros oferece muito volume para bagagem, o que torna o Sentra uma excelente opção para viagens.

Inclusive, a pegada deste sedã é o transporte executivo. Pois é bonitão, tem bom espaço interno e muito conforto a bordo. Mas só não será o mais rápido.

Motor e desempenho do Sentra 2025

Isso porque seu motor 2.0 de ciclo Atkinson entrega 151 cv e 20 kgfm de torque. Para se ter uma ideia ele tem menos força que o motor TCe 1.0 três cilindros que sua sócia (Renault) utiliza no Kardian.

O pico de torque só aparece aos 4.000 rpm e o ponto máximo de potência aparece em elevados 6.000 rpm. A transmissão XTronic CVT, com emulação de oito marchas, privilegia a eficiência. Assim, o Sentra está longe de ser o carro mais empolgante do mercado.

O consumo do Nissan Sentra Advance 2025, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, é de:

Combustível Urbano Rodoviário
Gasolina 11 km/l 13,9 km/l

Ou seja, um consumo bastante satisfatório para um sedã. No entanto, o consumidor que procura um médio eficiente tem outras duas opções na prateleira. A começar pelo líder do segmento: Toyota Corolla Hybrid.

Segundo o mesmo teste do Inmetro, o Corolla híbrido tem consumo urbano na ordem de 18,5 km/l e rodoviário na casa de 15,7 km/l, com gasolina. Lembrando que o modelo ainda pode ser abastecido com etanol.

E para se não bastasse ainda há o novato BYD King, que eleva as médias para 21,7 km/l e 21,3 km/l, na ordem. E para piorar ainda há o Honda Civic híbrido, que faz 23 km/l na cidade e 21 km/l na estrada.

Concorrentes do Nissan Sentra

Assim, o grande senão do Sentra são seus concorrentes diretos. A Nissan, quando lançou o modelo em 2023, disse que optou pelo motor 2.0 aspirado por conta de sua eficiência. No entanto, seus rivais  eletrificados oferecem consumo muito mais baixo.

No entanto, é preciso considerar que o Sentra é muito mais barato que seus concorrentes híbridos. O Corolla Hybrid parte de R$ 188 mil, enquanto o King começa em R$ 175 mil. O Civic é carta fora do baralho, pois é vendido por absurdos R$ 266 mil.

Entre as opções puramente a combustão, o Corolla parte de R$ 151 mil na versão de entrada. E nessa conta pode entrar também o Volkswagen Virtus Exclusive, com seu motor turbo 1.4 de 150 cv e 25 kgfm de torque, que parte de R$ 156 mil.

O amigo pode questionar o fato de Virtus ser um compacto e ter acabamento muito mais simples, mas suas dimensões não são muito inferiores. No comprimento total, os 4,64 m do  Sentra são apenas 8 cm a mais que o Volks. No entanto, os 2,65 m de distância entre-eixos são 5 cm menores que o Virtus.

Assim, o Sentra é um excelente sedã quando está isolado do restante do mercado. Pois seu conjunto mecânico não entrega o mesmo comportamento dos modelos híbridos de sua categoria e não oferece muito mais que um rival de segmento inferior. A solução existe na prateleira da marca, pois ela poderia adotar o motor TCe 1.3 turbo, que está presente no Renault Duster, ou utiliza o conjunto E-Power, eletrificado. O problema é que Sentra é vendido nos Estados Unidos com um modelo popular e encareceria demais se ganhasse tais refinamentos. Talvez o problema seja vendê-lo tão caro por aqui.

Newsletter

Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, procure o AutoPapo nas principais plataformas de podcasts:

Leia o artigo completo