O orçamento da capital paulista cresceu 58% desde 2012. Passou de R$ 78,6 bilhões para os R$ 124 bilhões aprovados hoje. A cifra é maior que o orçamento do estado do Rio em 2024 (R$ 104,6 bi) e o de Minas (R$ 114,4 bi). Em relação às capitais, supera em muito o de Belo Horizonte (R$ 19,6 bi) e o da capital fluminense (R$ 45,7 bilhões). O maior orçamento do Brasil este ano foi o do estado de São Paulo: R$ 328 bilhões.
A renegociação da dívida paulistana com a União mudou tudo. Em 2016, São Paulo trocou o índice de inflação que corrigia sua dívida —então o IGP-DI (Índice Geral de Preços- Disponibilidade Interna) mais juros de 9%— pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e juros de 4% ao ano. Com o acordo, a dívida caiu de R$ 138,8 bilhões, em 2015, para R$ 68,7 bilhões no ano seguinte, em valores corrigidos pela inflação.
"[A diferença] Equivale a dez anos de investimentos da cidade de São Paulo", afirmou o então prefeito Fernando Haddad (PT), que conduziu essa renegociação quando Dilma Rousseff era presidente.
Sem o acordo, a dívida paulistana chegaria ao final da década insustentável. "Em 2030, isso causaria a paralisia completa da cidade, e serviços seriam cortados", afirmou na ocasião Luís Felipe Arellano, então subsecretário do Tesouro Municipal.
Ricardo Nunes também renegociou dívidas. Em 2022, a prefeitura cedeu ao governo federal o Campo de Marte, um aeroporto na zona norte da cidade para helicópteros e aviões de pequeno porte. Em troca, teve R$ 24 bilhões de sua dívida perdoados pela União em negociado com o então presidente Jair Bolsonaro.