O Brasil, o maior produtor e exportador mundial de soja do mundo, fez a maior importação da oleaginosa nos últimos 21 anos.
Nos sete primeiros meses deste ano, conforme dados desta terça-feira (6) da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), entraram no país 752 mil toneladas da oleaginosa, 709% a mais do que de janeiro a julho de 2023.
O país teve um cenário de safra menor neste ano, avaliada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 147 milhões de toneladas. Algumas estimativas iniciais apontavam para um volume próximo de 160 milhões.
A demanda interna por soja cresce neste ano, com a moagem podendo chegar a 54,5 milhões de toneladas, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
O país está exportando um volume maior de farelo, em relação à média dos últimos anos; elevou o percentual de mistura de biodiesel no diesel; e continua com exportações em ritmo acelerado.
Neste ano, segundo a agência AgRural, as vendas externas de soja poderão chegar a 95 milhões de toneladas. A Abiove prevê 98 milhões, um volume consistente em relação ao desempenho dos anos recentes, embora inferior aos 102 milhões de 2023.
As compras externas de soja até julho deste ano só são inferiores às do mesmo período de 2003, ano em que o país também teve redução de safra.
A importação, vinda praticamente toda do Paraguai, equilibra o forte ritmo das exportações. No mês passado, saíram 11,25 milhões de toneladas de soja pelos portos do Brasil, um recorde para esse período do ano.
De janeiro a julho, as vendas externas atingiram 75,4 milhões de toneladas, 4% acima das de 2023. As receitas, devido à queda dos preços internacionais, recuaram para US$ 32,9 bilhões, 14% a menos no ano.
A China ficou com 73% da soja exportada pelo Brasil em 2024. Queda na safra americana em 2023 e questões geopolíticas fizeram o país asiático dar preferência ao produto brasileiro.
Os dados da Secex desta terça-feira indicaram que as vendas externas de café continuam aquecidas. É um bom momento para os exportadores, uma vez que os preços médios de julho superaram em 12,1% os de igual mês do ano passado.
As receitas com o produto já atingem US$ 5,7 bilhões no ano, com aumento de 51% em comparação com julho de 2023.
Além do café, algodão, carne bovina, açúcar, animais vivos e celulose se destacam na balança do agronegócio. A carne bovina já rendeu US$ 6,2 bilhões no ano, com alta de 21%. As carnes de aves, com US$ 5,1 bilhões, apontam queda de 8% no período.
No quadro de importações, o país compra mais trigo, devido à safra menor do cereal em 2023, após recorde em 2022.