Vaivém: Após andar de ré em 2024, máquinas agrícolas vão patinar em 2025

há 5 horas 1

A indústria de máquinas agrícolas, que andou de ré no ano passado, vai apenas patinar neste ano, sem sair do lugar. Este é o desenho previsto pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As vendas, que recuaram para 48,9 mil unidades e caíram 20% sobre as de 2023, devem ficar no mesmo patamar em 2025.

O setor vinha vivendo um período de forte aceleração nos anos recentes. Um dos melhores momentos foi 2022, quando as vendas somaram 70,3 mil unidades. O Brasil entrou em uma escalada de safras recordes, os preços internacionais das commodities estavam elevados, e o produtor viveu um período de renda cheia.

O resultado foi um maior investimento em tecnologia, principalmente em maquinário agrícola. Os juros estavam baixos e o produtor tinha liquidez.

O cenário mudou, e os produtores se retraíram, adiando investimentos e forçando a indústria de máquinas a diminuir custos e a reduzir o quadro de trabalhadores.

A menor renda do produtor é espelhada pelo VBP (Valor Bruto da Produção) do Ministério da Agricultura. O VBP mede as receitas obtidas pelos produtores dentro da porteira com a venda de suas mercadorias. De 2019 a 2021, o VBP subiu de R$ 948 bilhões para R$ 1,23 trilhão, uma alta de 30%. Ficou estável nos anos seguintes, em termos reais, e só volta a subir em 2025. A previsão é de aumento de 11,5%, para R$ 1,4 trilhão.

No ano passado, as vendas de tratores, que chegaram a 61,4 mil unidades em 2022, recuaram para 45,6 mil. Já as de colheitadeiras caíram para apenas 3.288 em 2024, bem abaixo das 8.221 de 2022.

Este ano continuará sendo um período difícil para o setor, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. O aumento da Selic torna os financiamentos extremamente complexos e impactam na produção. Além disso, a desvalorização do real e a queda nos preços das commodities afetam os produtores.

Os pontos positivos para o ano são aumento da demanda por alimentos, maior utilização de biocombustíveis, principalmente de etanol, e a busca por maior descarbonização.

Leite alerta para um crescimento rápido da presença de outros países no fornecimento de máquinas agrícolas e de construção na América Latina, principalmente a da China.

No setor de máquinas agrícolas a atuação chinesa aumenta forte na Colômbia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile. A participação da China nas vendas da Colômbia no ano passado subiu para 44%, acima dos 30% de 2023.

No setor de máquinas para construção, a participação chinesa aumenta ainda mais, e abrange toda a América. No Brasil, essa invasão ocorre principalmente nas compras públicas.

Colunas e Blogs

Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha

Várias dessas fornecedoras, alojadas no mesmo espaço de uma pequena saleta, não têm parque fabril no país e exercem a função de "apenas encher pneus e trocar logomarca", afirma Leite.

As vendas de máquinas para construção subiram para 37,1 mil unidades no ano passado, 22% a mais do que em 2023, mas o número ainda foi inferior ao de 2022, quando o setor havia comercializado 39 mil unidades. Em 2025, serão 38,2 mil, segundo a Anfavea.

De 17% a 20% dessas máquinas para construção são adquiridas para trabalho na agricultura e na pecuária.

Etanol O consumo de etanol hidratado atingiu 847 milhões de litros em novembro no estado de São Paulo, o maior volume para o mês desde 2020. No acumulado até novembro, o consumo somou 9,4 bilhões de litros, com avanço de 27% sobre o mesmo período de 2023.

Etanol 2 O consumo de gasolina C caiu 12,3% no mês e 12,9% no acumulado até novembro. Com isso, a participação do etanol (hidratado + anidro) no ciclo Otto atingiu 60% em novembro e 59,1% no acumulado, segundo a Datagro.

Etanol 3 Após a alteração no ICMS, a competitividade do etanol hidratado melhorou, com a relação de preços entre etanol e gasolina ficando consistentemente abaixo de 70%, atingindo 59,2% em janeiro de 2024, segundo a consultoria.

Basf A empresa promete uma guerra contra a cigarrinha, mosca-branca e psilídeo, pragas que vêm causando prejuízos milionários aos cultivos de milho, algodão, soja e citros.

Basf 2 Ela obteve aprovação do registro de um produto formulado em dezembro, e a molécula terá lançamento global, com o Brasil sendo o primeiro da América Latina.

Basf 3 Segundo a empresa, o inseticida também recebeu registro para culturas do setor de hortifrútis, como melão, batata, tomate e cebola.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

Leia o artigo completo