Três razões para você vender uma ação

há 4 meses 16

Imagine que um colega o convida para ser sócio em sua empresa. A maioria das pessoas, nessa situação, se questiona: quanto posso investir? Essa mesma pergunta é feita por muitos que compram ações na Bolsa, ou seja, se preocupam com o montante a aplicar na ação e não com o que realmente importa. Frequentemente, investidores não realizam a devida diligência antes de comprar, comprometendo, assim, o momento da venda e, consequentemente o retorno.

Com frequência, recebo a pergunta: quando devo vender uma ação? A maioria dos que me fazem essa pergunta, o fazem porque não sabem por que compraram a ação em primeiro lugar. Normalmente, eu devolvo perguntando: por que você comprou?

Muitos argumentam que o importante ao comprar uma ação é se tornar sócio de uma empresa. De fato, ao investir, isso é uma consequência natural. No entanto, não faz sentido acreditar que você deve ficar e se manter como sócio a qualquer custo.

Afinal, o preço de entrada é uma das variáveis que determina o retorno do investimento. Ninguém entra em uma sociedade para ganhar menos do que na renda fixa. O objetivo é sempre obter um prêmio em relação à alternativa sem risco.

Então, qual seria o preço adequado para entrar nessa sociedade? E em que cenário essa sociedade será lucrativa? As respostas a essas perguntas também indicam o momento certo de vender uma ação.

Existem três situações em que a venda de uma ação é justificada:

  1. Quando a ação atinge o preço-alvo ou valor justo;
  2. Quando o cenário muda e o que foi projetado de positivo não ocorrerá mais;
  3. Quando surge outro ativo com uma relação risco-retorno mais favorável.

Perceba que, para saber se sua participação acionária se enquadra em uma dessas situações, é necessário realizar um trabalho prévio, ou seja, antes da compra.

Se você não faz essa análise antes de comprar, está apenas jogando com seu dinheiro. A maioria dos investidores individuais não faz qualquer pesquisa ou análise; muitas vezes compra porque ouviu de um amigo que ganhou, leu nos jornais que uma determinada ação se valorizou ou ouviu que a ação paga muitos dividendos.

Comprar sem ter uma visão clara do valor justo do ativo, sem saber qual cenário precisa ocorrer para que esse valor seja alcançado, e sem comparar alternativas com melhor balanço de risco-retorno, apenas aumenta as chances de erro, frustração e perda de dinheiro.

Mesmo com todas uma análise e informações em mãos, ainda existe a possibilidade de as coisas não saírem como planejado. Amanhã, contarei a história de um ex-aluno do meu curso de MBA que me ligou no domingo para compartilhar o que aconteceu com ele.

Portanto, na próxima vez que for investir em uma ação, reflita sobre as três situações de saída acima. Entenda que, sem uma análise prévia, ao comprar uma ação, você está simplesmente contando com a sorte. Com a devida análise, o momento de vender já é sabido e é apenas uma consequência do ato de comprar.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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