Esse tempo fora da estrada serve de 'crédito' para que ele possa acelerar em excesso até o próximo tutor. Aplicativos por lá também ajudam a controlar esse tempo entre os radares por lá. No caso do Waze, por exemplo, ao se cruzar o primeiro ponto de cronometragem, o motorista começa a ver, em tempo real, sua velocidade média no trecho.
A resposta das autoridades foi instalar tutores mais próximos entre si, com distância média de 10 km entre eles. Em 2024, já eram 176 tutores espelhados pela Itália, cobrindo 1.760 km de estradas. Estimulando a política pública, a Suprema Corte do país ainda decidiu, em dezembro passado, que sequer são necessárias placas para diferenciá-los de radares convencionais.
No Brasil, a novidade foi instalada em caráter de teste na BR-050 no trecho urbano de Uberaba (MG), onde a concessionária Eco050 instalou duas câmeras a 11 km de distância entre elas. Como o limite de velocidade no trecho é de 80 km/h, cada câmera deve registrar a passagem do mesmo carro com, no mínimo, 7min16s de diferença. Se o tempo for menor, indica que houve excesso de velocidade.
Ainda que haja radares convencionais na região, é comum que os motoristas diminuam a velocidade logo antes da câmera e acelerem na sequência.
"Com o sistema de velocidade média isso não tem como isso acontecer. É como se aumentássemos a área fiscalizada, obrigando o usuário a respeitar o limite da rodovia durante todo o trajeto", opina Bruno Araújo Silva, gerente de Operações da Eco050.
As multas por excesso de velocidade média ainda não começaram no Brasil, já que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) precisa ser atualizado para incluir as regras da fiscalização. Entre elas, qual seria a tolerância de tempo e se, ao passar por diferentes tutores em uma mesma via, o motorista receberia uma ou várias multas.