A queda do bitcoin desde que atingiu o pico de US$ 108 mil nesta semana se estendeu para mais de 10%, já que o escopo restrito para uma política monetária mais flexível nos EUA diminui a cooperação especulativa.
O preço da criptomoeda original caiu para US$ 95.234 (R$ 578,32 mil) nesta manhã de sexta-feira (20), em Londres, após atingir uma máxima histórica um pouco acima de US$ 108 mil nesta semana. A queda foi ainda mais intensa em tokens menores, como o ether e o dogecoin.
Um grupo de fundos negociados em Bolsa dos EUA que investem diretamente em bitcoin registrou uma saída recorde de US$ 680 milhões (R$ 4,13 bilhões), de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A debandada destacou uma mudança no sentimento do mercado.
É bastante típico observar tais correções em mercados de criptomoedas, disse Strahinja Savic, chefe de dados e análise da FRNT Financial, enquanto a QCP Capital afirmou, em nota, que a causa principal da venda foi o posicionamento "excessivamente otimista" do mercado.
A adoção da postura "hawkish" (combativa à inflação) do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) na quarta-feira (18) pesou sobre a maioria dos ativos de risco. No acumulado, o bitcoin ainda registra alta de quase 50% desde a vitória de Donald Trump, favorável a criptomoeda, na eleição presidencial dos EUA, em 5 de novembro.
"Parece alguma realização de lucros de fim de ano", afirmou Edward Chin, da Parataxis. "Não houve nada fundamental que desencadeasse a venda."
Agora, com uma perspectiva de cortes menores de juros pelo Fed em 2025, alguns investidores podem estar optando por reduzir sua exposição e realizar lucros.
"Tecnicamente, a cautela é justificada no curto prazo", avaliou Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group. "Isso não significa que veremos um colapso no preço em breve, mas o momentum saiu claramente do movimento e os compradores perderam domínio e controle do mercado", acrescentou.
Folha Mercado
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