Preços de combustíveis: falta necessária transparência

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Postos de combustíveis

Foto: Marcelo Brandt/G1

Difícil de entender — mais ainda de aceitar — a trajetória dos combustíveis no Brasil. Teoricamente os preços são livres, mas deveria haver mais competição. Por décadas o preço em dólar tem-se mantido, mais ou menos, entre os praticados nos EUA, que sempre tiveram baixa taxação sobre a gasolina, e os da Europa onde, ao contrário, os impostos são muitos mais altos. Até aí, pode-se perceber, embora o País seja autossuficiente na produção e até exportador de petróleo bruto.

Entretanto, a Petrobrás tem monopólio de produção de combustíveis. Em 2019 decidiu-se pela venda de oito refinarias (metade da capacidade total do País) para aumentar a concorrência. Porém, foi negociada apenas a de Mataripe, na Bahia, adquirida pela Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala. Depois de o plano ser interrompido por razões puramente de política ideológica de baixo nível, volta-se a levar a Petrobrás a recomprar Mataripe. Não resolve e só agrava o problema.

Roberto James, especialista em comportamento de consumo, tem opinião abalizada sobre o assunto:

“Os postos revendedores não têm como qualificar ou quantificar as diferenças de preços entre os combustíveis importados e os produzidos pela Petrobras. Toda vez que esta represa reajustes baseada numa política própria, sem qualquer transparência ao mercado, acaba favorecendo uma pequena camada de empresas que reajustam seus preços de forma arbitrária, sem qualquer controle ou teto”, explica.

Ao manter bem atado esse nó, o resultado é tudo permanecer como está ou até piorar.

Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967. Sua coluna automobilística semanal “Fernando Calmon” estreou em 1999. Publicada em UOL Carros e em uma rede de mais de 80 portais, sites, jornais e revistas pelo País. Diretor de redação da revista Top Carros. Correspondente para América do Sul do site Just-auto (Inglaterra). Em abril de 2015, apontado como o mais admirado jornalista automobilístico do País por 400 profissionais do setor. Consultor técnico de automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação.

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