A Porsche está prestes a eliminar 1.900 postos de trabalho até 2029, atingindo principalmente as fábricas de Zuffenhausen e Weissach, na região de Stuttgart (ALE). A decisão faz parte de uma reestruturação que já começou em 2024, quando a empresa optou por não renovar contratos fixos de 1.500 funcionários e deixou outros 500 perto do desligamento.
Embora um acordo trabalhista garanta os empregos até 2030, a montadora pretende atingir essa redução por meio da rotatividade natural e da contenção na contratação de novos funcionários. O motivo? A Porsche agora pisa no freio na eletrificação, culpando as dificuldades geopolíticas e econômicas pela mudança de rota.

Foto de: Porsche
Porsche 911 GT3 Touring 2025
Um momento difícil, não apenas para a Porsche
A montadora é mais uma a seguir o movimento de outras marcas europeias que já recuaram nos planos de eletrificação em massa. O ambicioso objetivo de ter 80% da produção composta por elétricos até 2030 foi arquivado — ao menos por ora — para dar espaço a motores a combustão. A mudança de estratégia acontece em um momento conturbado para a empresa, que recentemente perdeu duas figuras-chave: o diretor financeiro Lutz Meschke e o gerente de vendas Detlev von Platen.
Esses acontecimentos refletem as dificuldades que o setor automotivo alemão está enfrentando, com vários fabricantes e fornecedores anunciando cortes de empregos e reestruturações para se adaptarem à nova dinâmica do mercado global.

Crise atinge todo o setor automotivo europeu
A Porsche não é a única afetada. Em dezembro, a Volkswagen fechou um acordo com o sindicato Ig Metall para eliminar 35.000 empregos até 2030, sem demissões diretas, mas com cortes de benefícios e incentivos à saída voluntária. A Ford segue na mesma linha e planeja dispensar cerca de 4.000 funcionários na Europa até 2027, com impacto maior na Alemanha e no Reino Unido.
Segundo a Automotive News, mais de 50.000 empregos em fornecedores da indústria automotiva devem desaparecer este ano. Só no primeiro semestre, 32.000 cortes foram anunciados — um número superior ao registrado no auge da pandemia de Covid 19.