Ainda subsidiária europeia do grupo General Motors, a Opel lançou no mercado um carro que captou perfeitamente o espírito de otimismo da década de 1990: o Tigra A. Era um pequeno cupê esportivo projetado para combinar o charme jovem com tecnologia acessível produzida em massa. Já se passaram incríveis 30 anos. Sim, o primeiro Tigra atingiu a idade de carro clássico, mesmo que não pareça. É hora de dar uma olhada no passado.
Visual incomum com tecnologia simples
Sua primeira apresentação ocorreu em 1993, na IAA, em Frankfurt. Além do cupê, a Opel apresentou um estudo de roadster que, infelizmente, nunca entrou em produção em série. O Tigra A era tecnicamente baseado no Opel Corsa B, mas se diferenciava visualmente por sua forma dinâmica e arredondada, além da impressionante porta traseira de vidro e pelo design de Hideo Kodama.
Dimensões & Peso | Opel Tigra A |
Comprimento x largura x altura |
3.922 mm x 1.604 mm x 1.340 mm |
Distância entre eixos | 2.429 mm |
Peso sem carga | 980 - 1.075 kg |
Com comprimento de pouco menos de 4 metros, o Tigra parece ainda menor hoje do que naquela época. Mas ainda é elegante e atraente. Naquela época, ele era voltado principalmente para um público jovem. E talvez por isso tenha caído na mão dos ''tunadores'' da época, com adesivos, neons e kits aerodinâmicos que hoje são de gosto bem duvidoso, mas que já foram moda na virada do milênio.
Sob o capô, haviam dois motores familiares com o Corsa: um quatro cilindros de 1,4 litro com 16 válvulas e 90 cv ou um quatro cilindros de 1,6 litro com 106 cv, que também contava com 16 válvulas. Não são exatamente motores extremamente esportivos - mesmo em sua época - atingindo velocidades máximas de 190 e 203 km/h, respectivamente. Ainda sim, sua aceleração de 0 a 100 km/h é de respeitáveis 9,4 segundos (1,6) ou 11,5 segundos (1,4).
Excepcional era seu peso: entre 980 e 1.075 kg, o que fazia o pequeno cupê se tornar um companheiro ágil, enquanto a tração dianteira era sempre padrão.. Havia um câmbio manual de 5 velocidades padrão em quase todas as versões, além de um câmbio automático de 5 marchas como opção para o modelo 1,4 litro.
Emocionante por fora, sóbrio por dentro
Apesar do seu visual exterior quase totalmente diferente do Corsa, era no interior que o parentesco que entre os dois aparecia: Para manter os custos baixos, todo o tabelier do Corsa B era mantido, assim como parte dos apoiadores de porta. Entre os acessórios, havia freios ABS e os faróis de neblina opcionais, bem como o ar condicionado, o preço do pequeno cupê permaneceu atraente, próximo do pequeno hatch que o originou.

Foto de: Motor1.com
Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste
Mas tanta economia tem seu preço. O Tigra A não tinha posição de dirigir tão agradável já que, com as simplificações vindas do Corsa, seus bancos tinham poucos ajustes para o corpo, além dos interruptores do painel e dos botões e alavancas terem aspecto simples e barato demais, como se gritassem: "Na verdade, fui desenvolvido para um Corsa sem graça!"

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste
O Tigra é um produto de seu tempo: No início, você acha que tudo é possível, mas depois, em algum momento e de alguma forma, uma certa desilusão se instala. Mas não importa... A objetividade e uma certa familiaridade também podem ter vantagens, porque hoje você pode se concentrar muito mais em simplesmente dirigi-lo por ai.
Dobre-se e saia dirigindo
As portas do Tigra são grandes e amplas. Quase majestosas para um cupê tão pequeno. Depois de entrar, você gira a chave, o que era muito típico da Opel na época. O ruído do motor é silencioso e calmo.
O veículo de teste utilizado pelos nossos colegas é uma unidade 1.4. É praticamente um carro novo da coleção da Opel, que funciona de forma quase suave demais em marcha lenta. Mas o motor naturalmente aspirado acelera alegremente quando o acelerador é pressionado - uma indicação clara de que o Tigra não está apenas escondendo suas ambições de carro esportivo em seu design.

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste
Ao dirigir, percebe-se imediatamente que os pedais oferecem pouco espaço para os pés. Qualquer pessoa que use botas maiores achará isso um pouco problemático. A primeira marcha (e todas as outras marchas) é engatada com uma transmissão rápida.
E lá vamos nós - com um chassi que não dá a impressão de querer mostrar qualquer consideração pelas suas costas. Buracos? Você pode senti-los e ouvi-los. O Tigra quer nos lembrar em todas as situações de direção que o conforto não é sua prioridade.

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste
Por outro lado, ele é uma pequena máquina direta e extremamente manobrável, tão direto que o carro dança em cada curva. O peso pena é, portanto, tão ágil quanto um Mini gostaria de ser hoje, de acordo com o marketing. Nas retas, o Tigra não tem a propulsão de um foguete, mas a posição baixa do banco, o isolamento de ruído ruim e as altas rotações fazem com que tudo pareça mais rápido do que realmente é.
E vamos ser honestos: quem precisa de muita potência e torque quando se pode andar pelas ruas tão rapidamente? No entanto, a própria Opel também está pesquisando mais potência. Mais sobre isso em um momento...
E o que mais?
O Tigra foi comercializado em todo o mundo sob várias marcas: como Vauxhall na Grã-Bretanha, Chevrolet no Brasil e no México e Holden na Austrália. Também havia planos de exportá-los para os EUA com a marca Pontiac, mas isso não deu certo devido ao seu pequeno tamanho do veículo.
O Tigra não escapou das críticas: Tinha visibilidade ruim, interior minúsculo - especialmente no banco traseiro e no porta-malas pequeno (225 litros) praticamente inutilizável do modelo de 2 lugares. No entanto, o carro encontrou uma base de fãs leais e a Opel vendeu 256.392 unidades em todo o mundo até 2001, cerca de 60.000 delas na Alemanha.

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Opel Tigra A (1994-2001) em modo de teste
Um sucesso que levou a Opel a fazer mais experimentos durante o período de produção: um Tigra V6 foi criado em 1995. Com um motor central, tração traseira e um V6 de 3,0 litros com 210 cv. No entanto, esse cupê potente permaneceu como um exemplar único que hoje existe no porão de carros-conceito da marca.
Também raro, mas legal para rodar: A Irmscher complementa a linha com uma conversão de picape peculiar chamada "Fun". Edições especiais limitadas, como a chamativa "Cinema Edition" em rosa, também estão próximas da produção em série.

Opel Tigra V6

Foto de: Motor1
Diversão Irmscher
No entanto, após o fim da produção em julho de 2001, o Tigra A desapareceu gradualmente das estradas. Muitos modelos foram vítimas da imprudência dos jovens, da ferrugem ou, no nosso país, do ''xunning'', decorrente da moda de jogos como Need for Speed e do filme Velozes e Furiosos. Além disso, problemas eletrônicos e a dificuldade para encontrar peças, como o vidro traseiro, transformaram o pequeno cupê em uma tarefa bem complicada e de alto custo.
Hoje, o Opel Tigra A é um tributo ao espírito experimental da década de 1990 e é lembrado como um cupê atemporal. Ao fazer 30 anos, ele comemora sua entrada no status de carro clássico, uma conclusão digna (e ainda surpreendentemente acessível), bem como um novo começo para um carro que sempre foi um pouco diferente, mais jovem e mais atrevido do que a uniformidade dos carros pequenos do passado.