A pressão do presidente Lula para que Gol e Latam comprem jatos da Embraer surtiu efeito e, segundo pessoas que participam das conversas, a Latam chegou à fase final de negociação, apesar da resistência de sua sócia chilena.
A compra, no entanto, não deve ocorrer para agradar ao governo. A Latam avalia ser um bom negócio usufruir de benefícios exclusivos garantidos pela reforma tributária para a aviação regional.
Para isso, a companhia terá de operar com aviões de menor porte e os da Embraer foram projetados para esse segmento. Hoje, a Latam só opera com jatos da Boeing e da Airbus.
Segundo relatos, a companhia pretende adquirir, inicialmente, cinco unidades do jato E2.
Somente a Azul opera com aeronaves da Embraer em aeroportos regionais. A companhia será a única habilitada a usufruir de descontos de alíquotas com a reforma, motivo de desconforto no setor durante a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição que definiu as diretrizes da reforma.
Enquanto negocia com a Embraer, a Latam também conversa com o BNDES uma eventual tomada de empréstimos. A Gol segue no mesmo caminho.
O presidente do banco, Aloizio Mercadante, afirmou publicamente que recursos do fundo de aviação poderiam ser utilizados como garantias como forma de destravar o negócio.
Consultadas, Embraer e Latam não quiseram se manifestar.
Com Diego Felix