Painel S.A.: Comida cara é culpa de imposto na embalagem, diz Abiplast

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A indústria plástica critica o governo por cogitar derrubar preços de alimentos com a redução de imposto de importação em vez de baixar as alíquotas de importação de resinas plásticas –insumo das embalagens de 65% de alimentos.

"É um contrassenso, já que o aumento na alíquota das resinas plásticas levou ao aumento de preço dos alimentos e da inflação", afirma José Ricardo Roriz, presidente do conselho da Abiplast (Associação Brasileira das Indústria do Plástico).

"O impacto disso chegou na ponta, e agora o governo quer reduzir o imposto dos alimentos. Isso é uma contradição porque vai estimular a importação de produtos de alto valor agregado, que são os alimentos industrializados, e encarecer a resina, que é um produto semi-elaborado."

Roriz afirma que 65% dos alimentos e bebidas são embalados com plástico e que, desde 2023, quando teve início a alta das alíquotas pelo governo, o impacto no preço dos alimentos foi de 9,5%. O custo do insumo no preço do alimento representa até 25%, segundo ele.

"Cem por cento da cesta básica é plástico na embalagem", disse Roriz.

Nesta sexta (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo cogita reduzir o imposto de importação de alimentos que estejam mais baratos no exterior como forma de pressionar os preços internos para baixo. Segundo Costa, isso aumentaria a oferta, forçando a queda do preço.

A inflação dos alimentos se tornou alvo de ataques da oposição. Inicialmente, o ministro disse que o governo buscará um "conjunto de intervenções" para baratear o preço dos alimentos.

No entanto, as medidas ainda não foram apresentadas. A declaração do ministro é a primeira que aponta alguma das iniciativas em avaliação.

O impacto é mínimo, diz governo

Consultado, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa, negou que o impacto nos alimentos seja tão elevado.

Segundo ele, o setor químico pediu que 65 insumos fossem taxados e o governo verificou a necessidade de elevar alíquotas somente de 29 produtos, dos quais somente dois se referem às resinas plásticas e que foram de 12% para 20%.

"Fizemos estudos antes de baixarmos a norma e o resultado foi de 1% de aumento no preço do plástico e de somente 0,03% no preço do produto final [alimentos]", afirmou o secretário.

Além disso, ele disse que a medida só passou a valer em outubro do ano passado, o que torna o impacto ainda menos preocupante.

Com Stéfanie Rigamonti

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