A atriz e empresária Adriane Galisteu quase viu sua carreira ruir diante dos efeitos da menopausa. A apresentadora de A Fazenda, reality da Record, teve insônia, crises de humor, e, ao longo de quatro meses, achou que estava à beira da morte. Descobriu a reposição hormonal e hoje é embaixadora da multinacional Besins Healthcare, laboratório farmacêutico que lançou o canal "Eu tô no clima" para divulgar as terapias disponíveis.
Segundo a diretora de marketing da companhia no Brasil, Livia Zafalon, a regulamentação da Anvisa proíbe propaganda de remédios do gênero. A parceria foi uma saída encontrada para ajudar na criação de mercado. Apesar de quase 90% das brasileiras em idade apresentarem sintomas, poucas iniciam um tratamento.
Por que você virou garota-propaganda de terapias contra a menopausa?
Há um ano, eu estava no auge da menopausa, desesperada. Sentia calor, mau humor, taquicardia, insônia. Sempre achei que passaria fácil por isso porque me cuidei a vida toda. Faço dieta, malho. E, de repente, fui surpreendida. Não podia dar a mão. Não tive só ressecamento vaginal. A gente resseca inteira, perde libido e cintura. Quando uma coisa falha no nosso corpo, ele começa a estocar gordura na altura da cintura. Só que eu continuei comendo a mesma coisa, malhando igual, e, mesmo assim, não fechava mais a roupa que eu usava antes. Dos 90 e poucos sintomas, senti pelo menos metade. Isso não acontece com todas as mulheres. Fiquei em pânico por conta dos sintomas. Pensei que estava morrendo, mas só estava menopausada e desinformada.
Isso tudo atrapalhou seu trabalho?
Mudou tudo. As mulheres estão tocando empresas, se posicionando no mercado. No reality show no Brasil, a voz sempre foi masculina e hoje apresento A Fazenda. Não cheguei a cancelar compromissos porque toquei a minha vida me sentindo mal. Com o tipo de vida que eu levo, eu não posso cancelar nada, não posso ficar doente. Então, fiz tudo a duras penas. Saía do trabalho e ia falar com o médico. Vivi uma experiência muito desagradável e a minha obrigação é propagar esse assunto, mas de uma forma mais legal. Se eu tivesse a informação que eu precisava antes, já teria me precavido.
Como você virou esse jogo?
Depois de quatro meses, em que eu achava que era o fim para mim, dei um basta. Pensei que não era possível, em pleno 2024, ficar daquele jeito. Procurei um médico e comecei uma reposição hormonal. Minha vida voltou a funcionar rapidamente e até melhor do que antes. Passei a estudar tanto o assunto que acabei fazendo vídeos na internet, abrindo um canal com as mulheres. O engajamento foi incrível.
Foi isso que atraiu o laboratório?
Comecei a procurar os melhores [profissionais] para falar do tema e cheguei no Besins. Só naquele momento é que me dei conta que o hormônio que eu estava tomando era feito pelo laboratório. Também descobri que já tinham [representantes do Besins] me procurado [via empresário]. Foi um encontro.
Seu contrato é para fazer propaganda dos hormônios do laboratório?
Não. Eles queriam que eu fosse uma espécie de embaixadora da terapia hormonal no canal "Eu tô no clima". Topei porque a informação, nesse caso, é tão importante quanto o próprio remédio.
Painel S.A.
Receba no seu email uma newsletter exclusiva da coluna
A sua figura, de mulher que, belíssima aos 51 anos, envelhecendo em excelente forma, produtiva, deve ter um poder de convencimento muito valioso para o laboratório.
Sem dúvida. Eu tenho orgulho da minha reposição hormonal, sinto vontade de usar o rótulo como broche. Agora, o laboratório não faz a propaganda do produto. O que a gente faz é o do bem-estar que a mulher pode ter. O meu papel dentro da Besins não é vender.
E como é envelhecer assim?
Tenho de ser honesta. Não é gostoso envelhecer. Mas isso não é pelos cabelos brancos ou pelas rugas. Para isso, você pinta o cabelo ou usa uma toxina botulínica. Para a bunda caída, faz ginástica. Para menopausa, terapia hormonal. O que não é legal é lidar com a finitude da vida e, naturalmente, a alternativa para isso é péssima.
Raio-X | Adriane Galisteu, 51
Comunicadora, estreou 1984 como cantora no grupo infantil Chispitas. Rapidamente, migrou para as passarelas. Lançou um livro de sucesso após a morte do namorado Ayrton Senna e, pouco depois, virou apresentadora na rede CNT. Desde então, é figura frequente na TV aberta, fechada, e no teatro. É empresária.