
Olho no radiador
Nos carros a combustão, é preciso ficar de olho no líquido de arrefecimento do motor. Caso ele esteja abaixo do nível mínimo, os manuais técnicos recomendam a reposição imediata, muitas vezes indicando o produto exato.
"Mesmo assim, condições extremas podem causar o superaquecimento do motor", explica o engenheiro mecânico Felipe Brito. Logo, vale ficar atento ao símbolo que indica esse problema no painel.
Caso ocorra o superaquecimento do motor, marcas como a Jeep orientam: na estrada, o ideal é reduzir a velocidade e procurar assistência imediatamente. Na cidade, o certo é parar o carro, colocá-lo em ponto morto e esperar um pouco.
De acordo com Brito, há um truque que pode contribuir para a solução do problema, utilizando a ventilação como uma espécie de radiador auxiliar. "O ideal é desligar o ar-condicionado e colocar tanto a velocidade do vento quanto a temperatura da ventilação no máximo", explica. "Em seguida, abra as janelas e deixe que o ar circule por um tempo".
O engenheiro também reforça que jamais deve se abrir o reservatório do líquido de arrefecimento sem que o carro esteja frio. "O aumento da temperatura o transforma em uma panela de pressão. Ao abri-lo, o motorista pode sofrer queimaduras graves".

Prudência para os elétricos
Para muitos donos de carros elétricos, será o primeiro Carnaval sem gasolina. Pegar estrada com um EV já requer planejamento, mas o calor torna a matemática ainda mais complexa por diminuir a autonomia dos veículos.
A consultoria e plataforma de vendas Recurrent analisou dados de 7.500 carros elétricos, concluindo que, em temperatura de 38º C, o alcance é 30% menor do que seria nas mesmas condições a 24º C.
Em dias que batam os 44º C, sugerem dados do estudo, a perda de autonomia pode chegar a 50%. O ideal é nunca confiar plenamente na autonomia indicada no quadro de instrumentos. Além disso, aplicativos como o ABRP utilizam dados climáticos e topográficos a fim de estimar, com maior precisão, o quanto a bateria renderá no tempo tórrido.

Síndrome do bebê esquecido
Em carros expostos diretamente ao sol, cria-se um efeito estufa em que a temperatura interna pode superar os 70º C. Nesse cenário, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro alerta para a chamada síndrome do bebê esquecido, que é a desatenção na hora de deixar o veículo, largando crianças trancadas.
"Isso pode ser ocasionado pelo excesso de informações dos condutores enquanto dirigem. Seja pelo uso de aparelhos de GPS, rádio e até mesmo, de forma indevida, de celulares", diz a major Nadine Nastari.
Uma das dicas dos Bombeiros é sempre deixar mochilas e bolsas dos adultos no banco de trás, para que o motorista lembre de conferir a segunda fileira. "Coloque sua bolsa ou mochila no banco de trás do veículo, ao lado da criança", completa Nastari.

Conforto térmico
A maioria dos plásticos automotivos tem ponto de fusão superior a 200º C, sendo improvável que o calor cause algum tipo de deformação. Entretanto, o desconforto térmico ao entrar no veículo é alto, mas pode ser amenizado.
A saída manual, explica Brito, é ligar o ar-condicionado e abrir as janelas do carro. "Em seguida, abra as portas e utilize uma delas (cujo vidro ficará fechado) como um leque, expulsando o calor pelo outro lado".

Quem tem carros mais novos, entretanto, pode aproveitar aproveitar a conectividade com o smartphone, e simplesmente ligar o ar-condicionado antes de se chegar ao veículo. É um recurso disponível, por exemplo, no Hyundai HB20, mas também há alternativas similares de Chevrolet, Fiat, Jeep, Honda, BYD e das marcas premium.
Enquanto o carro fica estacionado, recomenda-se pará-lo na sombra. Caso isso não seja possível, as alternativas incluem utilizar para-sois que refletem a luz que entra via janela ou as capas veiculares. Alguns modelos oferecem até travas de segurança, garantindo seu uso mesmo em ambientes públicos.