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Cuide-se
Ciência, hábitos e prevenção numa newsletter para a sua saúde e bem-estar
Embora com planos considerados vagos por especialistas, os candidatos à Prefeitura de São Paulo que disputarão o segundo turno, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, acertam em alguns pontos:
- Ambos mencionam o aumento do uso da telemedicina, com investimento em saúde digital;
- Os dois falam na implantação de programas voltados à distribuição de remédios;
- As duas propostas citam o fortalecimento do sistema de fiscalização de contratos com parceiros. Este é um dos pontos-chaves na saúde pública, de acordo com Lígia Bahia, especialista em saúde pública na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Por que importa? As propostas impactam no funcionamento da saúde pública da cidade (sim, mesmo quem tem plano de saúde, mas toma vacina na rede pública, por exemplo, se beneficia do SUS).
Ambos os candidatos falham, no entanto, ao:
- Ignorarem o que será um dos maiores problemas da saúde pública nos próximos anos: prevenção, diagnóstico precoce e tratamento para câncer. Estudos apontam tendência de aumento de casos em adultos até 2030 no mundo;
- Ignorarem a falta de transparência nas filas de exames e cirurgias.
Tá, mas quais pontos os diferenciam?
Nunes
- Promete a ampliação do Programa de Saúde da Família (PSF), ponto importante para a redução da mortalidade infantil e para o acompanhamento de doenças crônicas. Mas não há especificação sobre como isso será feito.
- O atual prefeito restringe a cobertura de saúde da mulher a ampliação de serviços de prevenção, tratamento e planejamento familiar, "além de campanhas educativas sobre direitos reprodutivos". Lígia Bahia chama atenção para o fato de que foi durante a gestão Nunes que o serviço de aborto legal foi suspenso no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, antes referência no serviço na cidade.
Boulos
- O candidato do PSOL propõe um projeto que considera as desigualdades da cidade: ele fala em eliminar os vazios assistenciais na saúde implantando equipamentos nas regiões de maior demanda. É importante um olhar crítico em determinantes da saúde, diz Rebeca Freitas, diretora de relações institucionais do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde).
- O deputado federal, no entanto, não menciona a cobertura de saúde da mulher no seu plano de governo.
Ciência para viver melhor
Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar
Estudo comprova eficácia do uso de liraglutida para emagrecer em crianças a partir de seis anos. Um novo estudo clínico de fase 3 publicado na revista científica New England Journal of Medicine mostrou que a liraglutida foi eficaz para a perda de peso entre crianças de 6 a 12 anos com obesidade, quando comparadas a um grupo placebo. Os resultados, entretanto, só foram obtidos combinados com intervenções no estilo de vida dos pacientes.
Nova tecnologia promete detectar HPV de forma rápida e barata. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a startup de biotecnologia Biomab estudam uma nova tecnologia que permite a detecção rápida e barata do HPV (papilomavírus humano), associado a alguns tipos de câncer, como o de colo uterino. Hoje, o exame ginecológico responsável pela identificação de lesões ou do vírus HPV é o papanicolau, que consiste na coleta de células do colo do útero.