A cidade de São Paulo enfrenta dificuldades para ampliar sua frota de ônibus elétricos e cumprir a meta de zerar as emissões de combustíveis fósseis até 2038. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) responsabiliza a falta de infraestrutura para recarga dos veículos, atribuída à Enel, concessionária de energia elétrica na capital.
Segundo Nunes, apesar de a prefeitura dispor de R$ 6 bilhões para a substituição da frota, os avanços estão aquém do esperado devido à demora na instalação de redes de abastecimento. O prefeito também critica a atuação da Enel em relação aos apagões frequentes na cidade e avalia acionar a Justiça caso a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) renove a concessão da distribuidora para os próximos 30 anos.

Foto de: Prefeitura de SP
A eletrificação do transporte público também foi tema de debate durante a campanha municipal de 2024, quando Nunes culpou a indústria de veículos elétricos por atrasos na entrega de novos ônibus. Atualmente, São Paulo tem cerca de 1,3 mil ônibus movidos exclusivamente a bateria, o equivalente a 10% da frota de 13 mil veículos.
Em nota, a Enel informou que entregou obras de infraestrutura para seis operadoras em 2024 e, nos dois primeiros meses de 2025, concluiu serviços para outras oito. A concessionária também afirmou que pretende fornecer 45,7 MW de energia para os operadores de ônibus elétricos em 2025, atendendo 16 garagens já conectadas e outras 14 ao longo do ano. A empresa ressaltou que o tempo de instalação varia conforme a complexidade dos projetos.
Enquanto isso, ônibus adquiridos pela operadora MobiBrasil aguardam infraestrutura para entrarem em circulação. A SPTrans e operadoras do sistema têm realizado reuniões semanais com a Enel para resolver o impasse, mas a prefeitura alega falta de informações claras sobre os prazos.

Foto de: Prefeitura de SP
Diante dos entraves, a prefeitura considera alternativas para a redução da dependência do diesel. O prefeito Ricardo Nunes mencionou o biometano como opção, afirmando que 90% das garagens de ônibus da cidade possuem rede de gás encanado, o que poderia facilitar a transição. A produção do combustível viria de aterros sanitários da capital, mas a viabilidade da proposta ainda está em estudo.
Outra iniciativa discutida é a implementação de "corredores verdes", onde circulariam apenas ônibus não poluentes. A prefeitura também avalia instalação de pontos de ônibus com placas solares e aumento da cobertura vegetal nessas vias. A avenida Nove de Julho é uma das candidatas a receber o projeto.
Desde 2022, a SPTrans proíbe a aquisição de novos ônibus movidos a combustíveis fósseis. Em 2025, Nunes vetou um projeto de lei que permitiria a compra de ônibus a diesel por concessionárias. A decisão reforça a intenção da gestão municipal de acelerar a descarbonização do transporte público.
A transição para frotas menos poluentes é considerada fundamental para a mobilidade urbana em São Paulo. Entretanto, a demora na ampliação dos ônibus elétricos compromete os prazos estabelecidos para a redução de emissões. A Enel garante que segue o cronograma de obras, enquanto a prefeitura sinaliza buscar alternativas caso os prazos não sejam cumpridos.
Não é de hoje que o impasse entre a distribuidora de energia e a administração municipal reflete desafios maiores na modernização da infraestrutura energética e na execução do plano de descarbonização. Com a pressão crescente para avançar na mobilidade elétrica, o futuro da frota de ônibus elétricos de São Paulo depende da resolução dessas questões técnicas e operacionais.
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