O especialista, que hoje presta serviço à Bentley, usou sua experiência e descobriu que a 'batida' no farol foi, na verdade, uma forma de colocar um dispositivo malicioso na rede CAN. Criada há décadas, esse tipo de rede é usada para transmitir dados em veículos de maneira fácil e confiável. Os carros utilizam-na desde o advento da eletrônica automotiva, e até sondas em Marte têm redes CAN instaladas.

Ken Tindell, outro especialista do setor, ajudou seu colega na investigação e descobriu que, por cerca de R$ 30.000, era possível comprar os injetores de vírus para ECUs roubadas. Um deles, inclusive, era compatível com diferentes Toyota, explicando os roubos em datas próximas.
O mais incrível é que Tindell adquiriu o item e ele veio disfarçado de caixinha de som da JBL. Ao apertar se apertar play, a peça enviava sinais que ingressavam na "tubulação eletrônica" dos Toyota através do chip que acendia os faróis altos automaticamente ao escurecer.
A falha, que foi levada à Toyota, residia no fato de que, uma vez dentro do circuito de comunicação, o dispositivo invasor dava ordens que eram tidas como legítimas pelo carro sem nenhuma contestação.
O chip dentro da caixinha, notou, custava menos de R$ 100, mas era operado por um código feito por alguém que conhecia bem o funcionamento dos carros. Segundo Tindell, sua busca indiciou que a maioria dos veículos roubados dessa forma na Europa eram contrabandeados para a África.