O Ministério da Saúde do governo do Hamas na Faixa de Gaza declarou o território palestino como "zona de epidemia de poliomielite", acusando o exército israelense de ter destruído centros de atendimento, o que, segundo o órgão, causou a reaparição do vírus.
A cepa CPV2 do vírus foi detectada em amostras de águas residuais obtidas na região de Khan Yunis, no sul da Faixa, e em áreas do centro do território palestino, conforme segundo indicou o ministério em um comunicado.
A presença do vírus "representa uma ameaça para a saúde dos habitantes da Faixa de Gaza e dos países vizinhos, além de ser um revés para o programa mundial de erradicação da poliomielite", acrescentou o ministério, sem especificar se os casos da doença foram detectados em seres humanos no estreito território palestino.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou grande preocupação com uma possível epidemia na Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise sanitária após quase dez meses de guerra entre Israel e Hamas.
Em 16 de julho, os laboratórios de combate à poliomielite isolaram o poliovírus do tipo 2, derivado da cepa (PVDVc2), em seis amostras de águas residuais em Deir al-Balah (centro) e Khan Yunis.
As águas residuais estagnadas, somadas ao acúmulo de lixo e entulhos, formam um "ambiente propício para a propagação de diversas epidemias", denunciou o ministério, que pede o "cessar imediato da agressão israelense".
Segundo o site da OMS, trata-se de uma cepa que se considerava erradicada desde 1999.