Meta demite funcionários por comprarem pasta de dente, taças de vinho e outros itens domésticos com vale-refeição

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A Meta demitiu cerca de duas dúzias de funcionários em Los Angeles por usarem seus créditos de refeição de US$ 25 (cerca de R$ 141 na cotação atual) para comprar itens domésticos, incluindo curativos de acne, taças de vinho e detergente para roupa.

As demissões ocorreram na semana passada, poucos dias antes de a empresa de US$ 1,5 trilhões (R$ 8,4 tri) começar a reestruturar separadamente certas equipes no WhatsApp, Instagram e Reality Labs, seu braço de realidade aumentada e virtual, na terça-feira (15).

A reestruturação incluiu o corte de alguns funcionários e a realocação de outros, disseram várias pessoas familiarizadas com as decisões, em um sinal de que a recente campanha de eficiência do CEO Mark Zuckerberg ainda está em andamento.

Como a maioria das grandes empresas de tecnologia, a Meta oferece comida gratuita para funcionários baseados em sua sede no Vale do Silício como um benefício. Funcionários em unidades menores sem cantina recebem créditos do Uber Eats ou Grubhub, por exemplo, para que a comida seja entregue no escritório.

Os funcionários recebem diárias de US$ 20 (R$ 113) para café da manhã, US$ 25 para almoço e US$ 25 para jantar, com créditos de refeição emitidos em incrementos de US$ 25.

O uso dos benefícios entre os funcionários demitidos foi considerado como um abuso do sistema de créditos de refeição por um longo período, disse uma pessoa familiarizada com o assunto. Alguns estavam juntando seu dinheiro, disseram, enquanto outros estavam enviando refeições para casa, mesmo que os créditos fossem destinados ao escritório.

Aqueles que violaram as regras da empresa apenas ocasionalmente foram repreendidos, mas não demitidos, acrescentou a pessoa.

Em uma postagem na plataforma de mensagens anônimas Blind, vista pelo Financial Times, um ex-funcionário da Meta escreveu que usou os créditos de US$ 25 em itens como pasta de dente e chá da farmácia Rite Aid. Ele descreve que em dias que não comeria no escritório achava que não deveria desperdiçar o crédito.

A pessoa, que indicou ter um salário de cerca de US$ 400 mil (R$ 2,2 mi) na Meta e trabalhava "noites [e] fins de semana", escreveu que admitiu o erro quando os recursos humanos investigaram a prática, antes de ser inesperadamente demitida. "Foi quase surreal que isso estivesse acontecendo", escreveu a pessoa.

O Blind verifica se um usuário trabalha para uma empresa específica, mas não exige que ele divulgue sua identidade.

A Meta se recusou a comentar sobre as demissões.

No entanto, a empresa falou sobre as demissões mais amplas. "Hoje, algumas equipes na Meta estão fazendo mudanças para garantir que os recursos estejam alinhados com seus objetivos estratégicos de longo prazo e estratégia de localização."

A empresa acrescentou que "isso inclui mover algumas equipes para diferentes locais e transferir alguns funcionários para diferentes funções. Em situações como essa, quando um cargo é eliminado, trabalhamos arduamente para encontrar outras oportunidades para os funcionários afetados."

Zuckerberg anunciou cerca de 21.000 cortes de empregos em duas rodadas de demissões em 2022 e 2023, chamando a última de "ano da eficiência".

Ele também cancelou projetos de baixa prioridade na tentativa de impulsionar o crescimento lento e aliviar a preocupação dos investidores sobre sua aposta custosa no metaverso.

Wall Street acolheu os cortes juntamente com um foco renovado em inteligência artificial. As ações da empresa agora estão sendo negociadas em torno de máximas históricas de US$ 577 cada.

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