Mercedes-Benz admite polêmica no design do EQS, mas mantém aposta

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Ciente das piadinhas com o design pitoresco de sua linha de elétricos, a Mercedes-Benz resolveu fazer com que seus próximos EV se pareçam cada vez mais com carros a gasolina daqui para frente. Mas mesmo que a abordagem atual tenha gerado controvérsias - sendo comparados ao design de um mouse - a alemã defende a linha atual do EQS, citando que os modelos são ''propositalmente muito progressivos''.

Em entrevista à ABC News,o designer Gorden Wagener explicou que o EQS não se destina à clientela típica do Classe S. Em vez disso, ele é para pessoas que querem experimentar algo diferente do estilo convencional do carro a gasolina, os chamados ''early adopters''. Ele acrescentou que o topo de linha elétrico, com seu coeficiente de arrasto de apenas 0,20 cd, parece estar "10 anos no futuro". Ele admitiu que o comprador regular dos carros tradicionais da alemã provavelmente não gostará dele.

"Um problema com os EVs é a percepção do cliente. O cliente o vê como um dispositivo eletrônico. Os carros a combustão ainda são vistos como um relógio Chrono - muito mais duradouro."

Mas isso não parece ser um problema para sua arquirrival BMW, que vendeu mais veículos elétricos no ano passado do que a Mercedes-Benz e a Audi juntas. A BMW vendeu 368.523 elétricos em 2024, um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior. As vendas de EVs da Mercedes-Benz, por outro lado, caíram 23%, para 185.100 unidades, enquanto as da Audi caíram 8%, para 164.000 veículos.

A BMW sempre contou com um design unificado para seus modelos a combustão e elétricos, uma estratégia que continuará com os Neue Klasse. A Mercedes-Benz adotará a mesma abordagem com a terceira geração do CLA, programada para estrear no próximo mês. Versões totalmente elétricas do Classe C, GLC e Classe E também serão lançadas nos próximos dois anos. Além disso, a próxima geração do Classe S, prevista para 2030, terá uma versão elétrica.

Segundo designer da marca, clientes do Classe S são mais tradicionais

A alemã pretende aposentar a linha EQ como modelos próprios e transformá-los em versões dos modelos tradicionais a gasolina, diesel e híbridos plug-in.

O termo "EQ" ainda vai ser usado, mas estará no final do nome do carro, em vez de no início, como é atualmente. Os modelos puramente elétricos terminarão com "EQ Technology", enquanto os híbridos plug-in utilizarão o sufixo "EQ Hybrid Technology".

A esperança da marca é que com essa estratégia reformulada suas vendas de EVs possam ter novo folego em meio à crescente concorrência.. Até 17 novos carros elétricos, incluindo modelos de desempenho do ramo AMG, serão lançados até o final de 2027.

Além disso, um irmão menor para o SUV Classe G está a caminho, provavelmente com uma versão elétrica. A meta anunciada há alguns anos de se tornar uma marca de veículos totalmente elétrica até 2030 "onde as condições de mercado permitirem" foi abandonada. O objetivo agora é que os plug-in e eletrificados representem 50% do total de vendas anuais até o final da década.