Lula bate o martelo e decide trocar Pimenta por Sidônio Palmeira no comando da Secom

há 21 horas 1

Uma das mudanças mais esperadas na chamada reforma ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sacramentada e deve ser anunciada oficialmente nos próximos dias. Nesta terça-feira (7), o petista comunicou ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), que ele não continuará no cargo. 

De acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo, Pimenta será substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2022. A despedida de Pimenta do cargo deve ocorrer na quarta-feira (8), quando o governo realizará um ato público para lembrar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. 

Lula e Pimenta tiveram uma conversa na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto. Ainda não se sabe qual será a nova função do futuro ex-ministro da Secom. 

Ainda segundo O Globo, Sidônio deve assumir formalmente o comando da Secom na semana que vem. 

“Estamos fazendo uma transição com Sidônio, para que, a partir da semana que vem, ele possa assumir a tarefa de ser novo ministro da Secom. Estamos conversando entre equipes no sentido de que possamos fazer da melhor maneira possível”, afirmou o próprio Paulo Pimenta, em entrevista ao Globo

“Nosso compromisso maior é com o projeto do presidente Lula, e ninguém mais do que eu quer que ele tenha êxito e sucesso no trabalho que ele vai desenvolver aqui”, prosseguiu o ministro. 

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“Minha relação com presidente é de lealdade, confiança e amizade, e eu solicitei ao presidente que pudesse manter uma programação que já tinha definido com minha família, de tirar alguns dias de férias e, só a partir do meu retorno, o presidente vai definir qual será minha nova tarefa”, concluiu Pimenta. 

O futuro ministro

Coube a Sidônio Palmeira, aliás, preparar Lula para o pronunciamento de Natal veiculado no dia 23 de dezembro, em rede nacional. Em sua fala, que durou 3 minutos e 20 segundos, o presidente fez um discurso mais genérico, sem apresentar detalhes sobre o que foi feito na primeira metade de seu governo e o que pretende para os dois últimos anos do terceiro mandato. Sob orientação do marqueteiro, Lula evitou temas espinhosos da economia e destacou a necessidade do “respeito e harmonia entre o Executivo, Legislativo e Judiciário” e a “defesa intransigente da democracia”. 

Com algumas restrições impostas pela equipe médica que o acompanhou recentemente no processo de retirada de um hematoma no cérebro, a tendência é a de que Lula diminua o ritmo de viagens e compromissos públicos nas primeiras semanas do ano e aposte em entrevistas a emissoras de rádio, além de mensagens por meio das redes sociais – terreno no qual é consenso que o PT e a esquerda têm enorme dificuldade de se contrapor ao campo político que orbita em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

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Quem é Paulo Pimenta, o futuro ex-ministro

Nascido em Santa Maria (RS), em 19 de março de 1965, Paulo Pimenta é jornalista por formação. Antes de entrar na política partidária, ele teve uma longa atuação no movimento estudantil.

Seu primeiro cargo público foi o de vereador em Santa Maria, por 2 mandatos, entre 1993 e 1998. Em fevereiro de 1999, chegou à Assembleia Legislativa do estado (eleito no ano anterior).

Eleito para a Câmara dos Deputados em 2002, ano em que o PT chegou pela primeira vez ao Palácio do Planalto com a vitória de Lula na eleição presidencial, Paulo Pimenta engatou uma sequência de seis mandatos consecutivos e se tornou um dos nomes mais atuantes da bancada petista.

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Ele foi eleito deputado federal em 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Em 1º de janeiro de 2023, tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação Social do terceiro governo Lula.

Antes disso, sua principal experiência no Poder Executivo havia sido em Santa Maria, como vice-prefeito, eleito em 2000, compondo chapa com Valdeci Oliveira (PT).

Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), Paulo Pimenta esteve à frente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, entre 2012 e 2013, no primeiro mandato da petista.

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Atualmente, ele é o único gaúcho que integra o primeiro escalão do governo Lula. Em maio do ano passado, Pimenta foi deslocado da Secom para a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que acabou extinta meses depois.

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