Locadoras faturam R$ 52,9 bi e compram 1 em cada 4 carros novos do Brasil

O modelo mais vendido? VW Polo Track, com quase 65 mil unidades emplacadas só pelas locadoras. Ele virou praticamente o carro oficial dos aeroportos, aplicativos de mobilidade e serviços por assinatura.

Muito além das férias e do turismo

Engana-se quem pensa que carro de locadora é só para turista. A frota do setor hoje atende uma diversidade de públicos e usos, refletindo mudanças na forma como os brasileiros lidam com o carro.

Segundo o anuário da ABLA, 54% da frota das locadoras em 2024 foi destinada a empresas (privadas e públicas) e ao modelo de carro por assinatura. Já os alugueis de curto prazo, voltados ao turismo e motoristas de app, responderam por 46%.

Ou seja: o carro que leva você ao aeroporto, faz sua entrega ou serve para um test-drive estendido de uma assinatura pode muito bem fazer parte dessa engrenagem bilionária.

Frota mais nova

Com tantos investimentos, o setor manteve a idade média da frota em apenas 17,4 meses - uma das mais jovens da história. E não parou por aí: o crescimento dos eletrificados também se destacou. As locadoras emplacaram 7.895 carros elétricos ou híbridos em 2024, um crescimento de 108,5% sobre o ano anterior. No total, já são quase 15 mil modelos eletrificados em operação nas empresas de aluguel.

As motos também ganharam protagonismo. Foram mais de 70 mil motocicletas emplacadas pelas locadoras em 2024, alta de quase 90%, impulsionada pela demanda de entregas rápidas e novos modelos de micromobilidade.

Efeito dominó no mercado

O impacto do setor de locação vai muito além das compras. Esses veículos, em sua maioria, retornam ao mercado como seminovos com baixa quilometragem, abastecem programas de assinatura, frota de empresas e ajudam a popularizar tecnologias e modelos que o consumidor talvez não escolheria no showroom.

Além disso, o crescimento das locadoras também tem peso na economia real: o número de empresas no setor cresceu 19% em 2024, totalizando 31.487 locadoras ativas no Brasil, entre carros, motos, caminhões e ônibus. E pela primeira vez, o número de trabalhadores no setor ultrapassou 100 mil pessoas, com 105.637 empregos diretos registrados.