Híbrido-leve ou micro-híbrido? Veja o que realmente importa saber

Híbrido-leve ou micro-híbrido? A classificação para os veículos equipados com sistemas de 12V ou 48V tecnicamente chamados MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle) tem gerado algumas discussões no setor automotivo, sobretudo no Brasil, onde as montadoras do mercado de massa se preparam para ofertar modelos equipados com esse sistema em breve. 

Desde maio deste ano, a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) passou a chamar os híbridos-leves de micro-híbridos, mudança que teve apoio de boa parte da imprensa especializada, apoiada no argumento de dar mais clareza ao público sobre as novas tecnologias de eletrificação.

Tal denominação passou a ser utilizada considerando o fato de esses veículos não tem tração elétrica em nenhum momento, se diferenciando dos híbridos "completos" HEV ou híbridos recarregáveis (PHEV). 

No entanto, a definição de híbrido-leve apresenta divergências dentro do setor. Enquanto a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) adota uma definição baseada na padronização da Secretaria de Energia dos EUA, que equipara híbrido-leve a micro-híbrido, a Stellantis utiliza uma definição mais restrita, considerando micro-híbridos apenas sistemas start-stop: na visão da fabricante os modelos MHEV devem ser chamados de híbridos leves. 

Stellantis

Essa divergência evidencia a necessidade de um consenso global sobre a terminologia utilizada para classificar os diferentes tipos de veículos eletrificados. Mas aqui é importante esclarecer que um ponto fundamental para que um veículo seja considerado híbrido é a capacidade de tração elétrica e de regenerar energia durante a frenagem e desacelerações, contribuindo para a eficiência energética do sistema.

Os carros híbridos leves (MHEV) representam o primeiro passo em direção à eletrificação, mas possuem algumas limitações em comparação aos híbridos tradicionais (HEV) e plug-in (PHEV):

• Poluição Maior: Uma das principais desvantagens dos MHEV é a sua maior emissão de poluentes em comparação aos híbridos tradicionais. Isso ocorre porque o motor a combustão interna está sempre em funcionamento, não havendo a possibilidade de rodar exclusivamente em modo elétrico.
• Menos Economia de Combustível: Embora ofereçam alguma economia de combustível em relação aos carros convencionais, os MHEV são muito menos eficientes que os híbridos e plug-in. Isso se deve à menor capacidade da bateria e à dependência do motor a combustão.
• Custo Benefício Questionável: Apesar de terem um preço de aquisição geralmente mais baixo que os híbridos tradicionais, a economia de combustível menos significativa pode tornar o custo-benefício dos MHEV menos atrativo a longo prazo.

Stellantis

Jeep Avenger e-Hybrid MHEV

Mas trazendo a questão para o consumidor brasileiro, independente do nome que se venha a utilizar: o emblema "Hybrid" estampado na traseira, MHEV, híbrido-leve ou micro-híbrido, é importante entender as diferenças entre os sistemas e considerar essas desvantagens ao avaliar a escolha entre um MHEV, um híbrido tradicional (HEV) ou um plug-in (PHEV).