Anunciada no final do ano passado, a tão falada fusão da Nissan com a Honda poderá não contar com a participação da Mitsubishi. Apesar de ter assinado um memorando de entendimento junto com as duas compatriotas alegando "participação, envolvimento e compartilhamento de sinergia", a marca parece ter voltado atrás e decidido ficar fora do negócio. Segundo reportagem do jornal japonês Yomiuri, a empresa tem preferência em seguir sozinha.
A Mitsubishi emitiu comunicado recentemente e, na prática, nem confirmou nem desmentiu a reportagem. Disse apenas que "ainda está avaliando opções". A situação corporativa do negócio é um tanto complicada, considerando que a Nissan é a maior acionista da Mitsubishi com participação de 24%. Depois, há a Renault, que detém participação de 15% na Nissan, e vice-versa. No entanto, relatos recentes revelam que a Honda não quer que a Renault se envolva na fusão.
No início de fevereiro, a Mitsubishi deve comunicar sua decisão sobre a fusão, seja ela válida ou não. O anúncio crítico pode ser feito em 3 de fevereiro, durante a apresentação sobre os lucros fiscais do terceiro trimestre. Mesmo que a Mitsubishi decida continuar como uma montadora independente, a futura holding Honda-Nissan ainda pode ter uma participação, dada a relação preexistente entre a Nissan e a Mitsubishi.
O ex-chefão da Nissan e da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn - conhecido por falar o que pensa - declarou em agosto de 2024 que a Honda quer realizar uma "aquisição disfarçada" da Nissan e da Mitsubishi. O executivo argumentou que Honda é maior do que as outras duas marcas e isso a coloca no "banco do motorista" para assumir o controle dos negócios.