O novo foguete Ariane 6 da Europa implantou com sucesso, nesta quinta-feira (6), um satélite espião francês em seu primeiro lançamento totalmente operacional.
O lançador decolou de Kourou, na Guiana Francesa, às 13h24 (de Brasília). Posteriormente, controladores disseram que o satélite de reconhecimento CSO-3 se separou suavemente.
O lançamento havia sido abortado na última segunda-feira (3) meia hora antes do horário previsto devido ao mau funcionamento de uma válvula em um dos tubos de abastecimento.
Essa válvula é um dispositivo de 150 kg, segundo o presidente-executivo da Arianespace, David Cavaillolès.
Os testes realizados antes do lançamento, segundo ele, "mostraram que tínhamos um comportamento anormal". Portanto, "a única decisão correta foi interromper a contagem regressiva até compreender o mau funcionamento e resolvê-lo".
Inicialmente prevista para dezembro, a missão já havia sido adiada para 26 de fevereiro e depois para 3 de março.
O satélite CSO-3 completará a miniconstelação de vigilância da Terra para o Ministério da Defesa francês e melhorará suas capacidades de inteligência. Com o equipamento, será possível receber imagens com resolução extremamente alta.
O lançamento deu um impulso simbólico aos esforços europeus para expandir sua autonomia —a líder no setor continua sendo a SpaceX, de Elon Musk.
"Estamos consolidando nosso acesso independente ao espaço e ajudando a garantir a soberania em nome de nossos cidadãos", afirmou Cavailloles.
As nações europeias concordaram em 2014 em desenvolver o Ariane 6 para lançamentos comerciais e institucionais em resposta à crescente concorrência. Mas sua chegada, originalmente prevista para 2020, foi repetidamente adiada.
Os atrasos deixaram a Europa dependente da SpaceX para alguns lançamentos, incluindo parte de seu sistema de posicionamento Galileo.
O lançamento desta quinta-feira foi realizado para o Comando Espacial da Força Aérea Francesa.
Embora transportando uma carga militar, a viagem foi tecnicamente considerada uma estreia comercial porque foi conduzida pela Arianespace, em vez da Agência Espacial Europeia (ESA).
O foguete Ariane 6 é construído pela ArianeGroup, copropriedade da Airbus e da Safran.
A Airbus também construiu o satélite, enquanto seu instrumento óptico de alta definição foi construído pela franco-italiana Thales Alenia Space (TAS).